História
Em 28 de janeiro de 1971, um grupo formado por 15 dos mais importantes empresários do mercado imobiliário se reuniu e decidiu fundar aquela que se tornaria a mais importante entidade representativa do setor no Rio de Janeiro, a ADEMI.
Liderados por Abrahão Hermano Ribenboim, Carlos Moacyr Gomes de Almeida, Donald Stewart, Jacob Steinberg, José Carlos Lopes da Costa, José Carlos Mello Ourivio, José Henrique de Aquino e Albuquerque, José Isaac Peres, Julio Bogoricin, Julio Coacy Pereira, Luiz Chor, Luiz de Castro Dodsworth Martins, Luiz Eugênio Freire, Marco Aurélio Issler e Teófilo Carlos Magalhães, construtores e incorporadores, pretendiam aumentar a participação do empresariado nas discussões dos temas de interesse para a indústria da construção.
"Em 1971, o setor da construção deu uma deslanchada muito grande. A criação do BNH, em 1967, e a Lei 4591 das Incorporações haviam facilitado imensamente a obtenção de financiamento. O que se via era um fantástico boom imobiliário: os imóveis lançados eram vendidos e havia até ágio para a sua recompra", lembra José Conde Caldas, que, naquele mesmo ano, fundou a sua construtora, a Concal, e que viria a presidir a ADEMI, anos mais tarde. "Era um momento excepcional para o Rio, que passou por profundas modificações, como a construção do Túnel Rebouças e do Aterro do Flamengo. Ipanema, Leblon e Lagoa ainda eram vistos como bairros de veraneio", completa.
Mas não era apenas o setor de construção o foco das atenções da ADEMI. Demonstrando interesse no desenvolvimento da cidade do Rio como um todo, a entidade criou, em fins dos anos 70, o "Clube do Rio". À época presidente da ADEMI, o empresário Mauro Magalhães afirmava que o principal objetivo do Clube era "o estabelecimento de uma política de prioridades para o desenvolvimento do Rio de Janeiro, em médio e longo prazo". "O Rio nunca teve uma consciência regional. Todos os segmentos da sociedade carioca-fluminense sempre pensaram para o Brasil, não para o estado", sentenciava Mauro Magalhães.
O Clube do Rio realizou a façanha de reunir notáveis como Mario Henrique Simonsen, Rui Barreto, Cândido Mendes de Almeida em torno da discussão dos problemas da cidade e da busca por possíveis caminhos para a sua solução, e serviu para consolidar a importância da ADEMI para a política regional e nacional. Paralelamente aos encontros do Clube, a ADEMI realizava habitualmente almoços que reuniam políticos, intelectuais e autoridades dos mais diferentes segmentos.
Mas a política não foi a única arma usada pela ADEMI na defesa dos interesses do setor. Em 1981, foi veiculada em jornais e outdoors do Rio a campanha "Imóvel vale mais que dinheiro", por meio da qual a entidade chamava a atenção do consumidor para as atraentes taxas de retorno de investimentos em imóveis. Em 1985, em associação com o Sinduscon, a ADEMI destacou, também nos jornais, a importância da abertura da fábrica da Volkswagen no Estado do Rio: "A Volkswagen vai ajudar a transformar este terreno num dos mais valorizados do país".
Depois de alguns anos um tanto ausente do eixo decisório nacional, a ADEMI recuperou sua condição de ponta de lança na defesa dos interesses do mercado imobiliário do Rio junto ao Governo Federal e a outras instituições. Na gestão de José Conde Caldas, a entidade voltou a se fazer representar com mais ênfase na Câmara Brasileira da Indústria da Construção, participando ativamente de processos como a criação do Selo Garantia, cujos alicerces se baseiam no princípio da Alienação Fiduciária e na garantia do término de obra.
À frente da ADEMI de 2001 a 2003, Selmo Nissenbaum aproximou a instituição do setor financeiro, em especial, do Banco Central, cujo então presidente, Armínio Fraga, mostrou-se importante parceiro do mercado, sobretudo na aprovação e implementação do SFI.
Márcio Fortes liderou a ADEMI de 2003 até 2007, quando utilizou toda a experiência que acumulou em cargos públicos, mandatos parlamentares e como empresário da construção, à frente da João Fortes Engenharia. Em seu mandato, o número de associados cresceu de cerca de 60 para quase uma centena e o setor vivenciou um grande volume de financiamento bancário para as construções.
Para sucedê-lo, foi eleito Rogério Chor, que presidiu durante dois biênios, ficando no cargo de 2007 a 2011, presidente da CHL e um dos mais destacados empresários do setor O engenheiro civil sempre foi um grande entusiasta das iniciativas da ADEMI, em especial da promoção do prêmio Destaque ADEMI, que fez questão de manter como um dos principais eventos da entidade. O incremento da Pesquisa ADEMI do Mercado Imobiliário e o reforço na relação com os órgãos governamentais foram outros pontos de desenvolvidos em seu mandato.
No dia 4 de abril de 2011, a associação comemorou 40 anos de existência e, na cerimônia comemorativa, no Hotel Copacabana Palace, houve a posse do empresário e arquiteto José Conde Caldas. Em seu mandato, foram criadas cinco comissões: a primeira sobre assuntos financeiros e tributários. Outra para tratar da relação com as concessionárias de serviços públicos (Cedae, Light e CEG, entre outras). A terceira sobre desenvolvimento urbano e edilício e, por fim, uma voltada a assuntos de incorporação e venda de imóveis. E a última para assuntos administrativos da ADEMI.
À frente da ADEMI entre 2013 e 2016, o empresário e presidente da Calçada, João Paulo Rio Tinto de Matos, encarou inúmeros desafios. A fim de ajuda-los a se consolidar no mercado, ele buscou atrair à entidade os pequenos e médios empresários do setor. Ele se dedicou também à recuperação da imagem do construtor, prejudicada por atrasos em obras ou mal-entendidos. Para João Paulo, era primordial criar um diálogo franco, permanente e transparente entre empresariado, Poder Público e consumidor.
Eleito para a presidência da ADEMI no biênio 2017/2018, Claudio Hermolin tem se mantido à frente das principais discussões de relevância para o mercado imobiliário. Num período especialmente conturbado da vida nacional e mais severamente no Estado do Rio de Janeiro, principalmente em razão das crises política e econômica. CEO da Brasil Brookers, ele tem buscado junto com outras entidades do setor, uma solução de consenso para os distratos, ponto nevrálgico para retomada do crescimento da construção.
Além do empenho pela regulamentação dos cancelamentos dos contratos de compra, ele defende processos de concessão de obras menos burocráticos, leis mais transparentes, revisões do PEU e incentivo a financiamentos para diferentes tipologias e camadas da população, entre outras questões urgentes do mercado.