A nova geração de condomínios de campo vai além do visual bucólico e incorpora práticas concretas de preservação ambiental, eficiência energética e bem-estar coletivo. São projetos que buscam reduzir o impacto de cada construção sobre o entorno e devolver benefícios à paisagem natural. Nesses locais, o luxo está na consciência de que viver bem também significa cuidar do território em que se está inserido.
Na Serra Fluminense, onde mata nativa, ar puro e água de nascente são diferenciais que caracterizam a região, os empreendimentos de alto padrão já nascem com o propósito de oferecer uma experiência com mais verde e menos concreto, mas os projetos vão muito além no quesito da sustentabilidade.
Painéis solares alimentam áreas comuns — e, em muitos casos, também as residências. Grandes janelas maximizam a entrada de luz natural, dimi-nuindo a necessidade de energia elétrica. A água da chuva é reaproveitada para irrigar jardins e higienizar áreas compartilhadas. Trilhas e ciclovias incentivam a mobilidade ativa e reduzem a dependência do automóvel. E o design biofílico, cada vez mais presente nos projetos, prioriza ventilação cruzada e integração visual com o verde, diminuindo o uso de ar-condicionado.
No Oni Araras, em Araras, distrito de Petrópolis, apenas 30% da área total do empreendimento será ocupada por edificações — o restante permanece preservado ou destinado a áreas verdes. O projeto incorpora energia solar nos equipamentos de lazer, captação de água de chuva eruas com pavimento permeável, inspiradas no conceito das cidades-esponja, que aumentam a resiliência a chuvas intensas. Cada lote tem faixas não edificáveis, e todos os projetos residenciais passam por uma comissão técnica, garantindo a coerência ambiental e estética do conjunto.
— Quem compra uma casa de alto padrão na serra quer ter certeza de que o empreendimento faz parte da solução, e não do problema ambiental — observa Wladimir Luiz Alves, sócio e responsável técnico do Oni Araras.
Construção e natureza
Em Teresópolis, a Reserva Guinle é um exemplo de empreendimento imobiliário pensado para coexistir com o meio ambiente. Localizada em uma área cercada pela Mata Atlântica, a Reserva foi concebida para valorizar e preservar a vegetação nativa, mantendo o equilíbrio entre construção e natureza.
O projeto contempla residências e lofts desenhados para oferecer vistas amplas e permanentes do verde, com arquitetura que busca se integrar ao relevo e à paisagem local. Além da conservação da mata, o empreendimento mantém e revitaliza um jardim inglês histórico, criado em 1945, e um casarão preservado, que serão incorporados à área comum, reforçando o vínculo entre memória e natureza.
— A proposta é unir conforto contemporâneo e patrimônio histórico, criando um espaço que celebra tanto o passado quanto a sustentabilidade futura — ressalta Gabriel Mauad, sócio da construtora Mauad, dona do empreendimento.
Já no Quinta Portuguesa, em Areal, quatro Áreas de Preservação Permanente (APPs) somam mais de 85 mil metros quadrados de vegetação protegida. As residências têm painéis solares, e o condomínio aposta também em uma vertente menos tangível, mas igualmente relevante: a sustentabilidade emocional. A Trilha dos Eucaliptos, que leva a um deque de contemplação, é um convite à pausa e ao contato sensorial com o ambiente.
— Nosso objetivo é entregar um lugar em que natureza e arquitetura coexistam de forma responsável. As famílias que escolhem o condomínio compartilham dessa visão — afirma Danilo Santinon, diretor do Grupo STN.