A poluição sonora tornou-se um problema comum nas grandes cidades. O crescimento urbano e o adensamento dos bairros são fatores que contribuíram para esse cenário, com os ruídos vindos tanto de fora quanto de dentro dos condomínios. "As cidades estão crescendo, as casas estão sendo substituídas por prédios e as pessoas estão morando cada vez mais perto umas das outras. Naturalmente, amplia-se o incômodo sonoro", explica a arquiteta Natália de Souza. A boa notícia, segundo ela, é que a arquitetura pode ser aliada na redução do incômodo. Confira as orientações:
- Isolamento das janelas. É um recurso eficiente, mas não infalível. Elas diminuem muito o barulho e, mesmo não isolando totalmente, ainda assim é melhor tê-las. Vale ainda incorporar itens como vedadores de portas para reduzir a onda sonora que passa no vão inferior, além de cortinas mais encorpadas.
- Materiais e revestimentos. O bem-estar acústico não depende apenas das janelas. Ele começa desde a escolha dos materiais de construção e acabamento. Janelas de alumínio, portas de MDF, que são "ocas" por dentro, e paredes de drywall, executadas sem o devido isolamento indicado pelos testes de performance são ávidos condutores de som. O envidraçamento de sacadas também é um vilão nesse quesito.
- Pisos. É preciso ter atenção redobrada, principalmente em apartamentos. Os vinílicos ajudam muito nessa questão, ainda mais quando estão acompanhados por tapetes, que se tornam mais um canal para absorver o som.
- Ruído doméstico. Alguns barulhos do dia a dia, como o da máquina de lavar, podem ser minimizados com medidas previstas ainda na fase de projeto. Um planejamento bem executado leva em conta o posicionamento dos cômodos e a instalação correta dos equipamentos. Nos apartamentos, que já apresentam o espaço determinado para os eletrodomésticos, pequenos cuidados são fundamentais para o bom relacionamento com a vizinhança. Entre eles estão o uso de protetores para os pés de cadeira, que podem ser de feltro ou silicone, e o tamponamento da geladeira e da lava e seca.
- Bom senso também é dica. Nem tudo depende da arquitetura, já que parte do silêncio vem do comportamento. Por isso, evite usar máquina de lavar, liquidificador ou outros eletros depois das 22h. Andar de salto nesses horários também é algo a se pensar, já que o barulho do calçado atravessa lajes e paredes com facilidade. Às vezes não é falta de isolamento, mas a ausência de atenção com o próximo. O silêncio também é uma forma de convivência.