BB BI analisa a performance do setor imobiliário em agosto - Setorial Construção
em BB / Investalk, 4/setembro
Indicadores de confiança sinalizam alguma desaceleração da atividade no médio prazo. Mas sobre uma base de comparação forte, setor de construção permanece apresentando resiliência.
Ao longo dos últimos anos, o Brasil viveu uma aceleração da atividade imobiliária, com dinâmicas distintas com o passar do tempo. Em um primeiro momento, a atividade voltada para o médio e alto padrão foi favorecida por um cenário de juros baixos no pós pandemia. Com a posterior preocupação com a elevação da inflação, respondida com elevação da Selic na economia doméstica, as taxas de juros para financiamentos imobiliários passaram a patamares cada vez mais altos, reduzindo gradativamente a demanda e com efeitos no apetite de incorporadoras em desenvolver novos produtos para esse nicho. Simultaneamente, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) passou por reformulações em suas regras, aumentando o valor financiável, ajustando juros para baixo, permitindo subsídios para as faixas de renda mais baixas e fazendo com que o segmento econômico emergisse como o principal motor de crescimento para a construção civil no país.
Os baixos níveis de desemprego apresentados no Brasil recentemente têm uma dupla contribuição para esse processo: ao mesmo tempo que (i) um maior numero de empregados formais gera crescimento no número de famílias em condições de planejar e realizar o sonho do imóvel próprio, (ii) também incrementa o volume de arrecadação do FGTS, que vem batendo recordes de arrecadação, que pode ser utilizado pelo trabalhador para a aquisição de imóvel, sendo a fonte primária de financiamento para o programa MCMV.
Assim, o setor vem contribuindo ativamente com a geração de empregos no país, ainda que os principais indicadores setoriais tenham começado a emitir sinais mistos nos últimos meses. Dados de confiança mostram expectativa de desaceleração da atividade, em função das taxas de juros elevadas e da escassez de mão de obra no setor, o que vem gerando impactos crescentes nos custos de construção. Já a Sondagem da Construção até demonstra resiliência na atividade, mas traz uma desaceleração no indicador de intenção de investimentos, ao menor nível em mais de 2 anos.
No entanto, a ótica da demanda não corrobora exatamente com essa percepção. Os produtos do segmento econômico seguem demonstrando grande apetite pelas famílias, com as construtoras acelerando lançamentos para esse perfil. Contra intuitivamente, a demanda por produtos de médio e alto padrão, que costuma ter um encolhimento em momentos de juros altos, ainda vem demonstrando apetite pelos produtos disponíveis. Isso tem levado a uma redução nos estoques voltados para esse público, uma vez que o ritmo de lançamento de novos projetos nesses segmentos mais sensíveis à juros elevados não tem conseguido acompanhar as vendas.
Assim, essa conjuntura tem convergido para uma valorização das ações das principais companhias do setor em 2025. Nas próximas páginas, consolidamos os principais indicadores que tem movido o setor imobiliário nos últimos meses.
Destaques desta edição: Dados de Confiança
Confiança da Construção (ICST) evolui, enquanto nível de utilização de capacidade da indústria apresenta leve recuo na base mensal.
Indicadores de Atividade
Nível de atividade interrompe sequência de três leituras consecutiva em alta, com leve recuo na base mensal, enquanto expectativas permanecem acima do nível neutro.
Fontes de Recursos e Novas Contratações
Poupança registra um leve volume de resgates líquidos em maio, mas registra o maior saldo nominal desde fevereiro/25 após os rendimentos. Contratações de operações imobiliárias utilizando seus recursos apontam desaceleração.
Dados de Crédito e de Emprego
Estoque de vagas de emprego no setor da Construção desacelera o ritmo, mas segue crescendo na última leitura. Já as taxas médias de juros para crédito imobiliário apresentam movimento misto em maio.
Índice de preços
INCC-M volta a acelerar na leitura mensal de junho, mês sazonalmente mais forte, e acumula 7,19% nos últimos 12 meses. Os dois principais componentes do índice – mão de obra e materiais – apresentaram direção mista na comparação anual.
Dados de Mercado – Construção Civil
Índice imobiliário (IMOB) avança 4,2% em junho, superando pelo quarto mês consecutivo a performance do IBOV (+1,3%), na expectativa dos resultados das companhias do setor relativos ao 2T25.
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