Prefeitura desapropria novos imóveis históricos no Centro do Rio; veja onde ficam
em Diário do Rio, 3/setembro
Decisão do Município foi publicada em Diário Oficial nesta quarta (03/09).
A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou, nesta quarta-feira (03/09), em Diário Oficial, um decreto desapropriando dois conjuntos de imóveis considerados históricos na região central da cidade.
O ato integra o programa ”Reviver Patrimônio Pró-Apac” e revisa um decreto anterior, de julho de 2025, que também desapropriou imóveis no Centro da capital fluminense.
Os imóveis desapropriados nesta quarta são o número 37 da Rua do Teatro, onde já funcionou uma famosa gafieira, em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, e o conjunto que engloba os números 196 a 200 da Rua Sete de Setembro.
Paralelamente, na mesma decisão, a Prefeitura do Rio excluiu dois casarões, sendo um no número 27 da Rua do Teatro, pertencente ao Estado – imóveis de outras esferas de governo não podem ser desapropriadas -, e o outro no número 25 do Largo São Francisco de Paula. Já a desapropriação do imóvel número 19 da Rua do Teatro, que anteriormente era total, agora será somente parcial.
Vale ressaltar que alguns dos imóveis pertencem à Igreja de São Francisco de Paula, que recebe aluguéis de todos, de acordo com uma comerciante da região. O número 37, antiga gafieira, foi criminosamente invadido e segue ocupado pelos invasores.
Abandono leva a desapropriações
Em julho de 2025, a Prefeitura do Rio publicou o primeiro decreto desapropriando casarões abandonados ou em mau estado de conservação no Centro da cidade. Vale ressaltar que o imóvel citado no documento desta quarta referente à Rua Sete de Setembro, no decreto anterior, se referia apenas ao número 200.
A decisão do Município se dá pela situação de abandono que muitos imóveis sofrem no Centro do Rio. Alguns tem pessoas interessadas na aquisição, mas seus donos não possuem titularidade regular, são empresas falidas ou são inventários com dezenas de herdeiros, isto quando não são objeto de disputas judiciais intermináveis. Em outros casos, os imóveis acabam sendo vendidos por valores muito abaixo das avaliações municipais.
O belíssimo casarão de 1.400m² onde funcionou o Hotel Aymoré é um exemplo importante da defasagem dos valores atuais dos sobrados históricos na localidade. Situado nas imediações da Praça da Cruz Vermelha, com mais de 50 quartos e uma enorme frente de rua, o prédio foi vendido em junho a um grupo hoteleiro carioca por menos de R$ 600 mil, segundo escritura pública à qual o DIÁRIO DO RIO teve acesso.
E o problema da defasagem de preço não está restrito aos sobrados. Recentemente, foi vendida a antiga sede da IBM, na Avenida Presidente Vargas, totalmente retrofitada nos anos 2000, com 20 mil metros quadrados, por menos de R$ 18 milhões. Longe de ser um casarão em ruínas, o prédio, todo envidraçado, foi vendido a menos de R$ 1.500 o m².
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