BB BI analisa a performance do setor imobiliário em junho - Setorial Construção
em BB / Investalk, 3/julho
Setor da construção civil no Brasil supera a marca de 3 milhões de trabalhadores formais pela primeira vez em mais de uma década. O dado demonstra pujança do setor, mas reflexos seguem aparecendo nos custos.
De acordo com os dados mais atualizados, relativos ao mês de maio, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CADED), foi criado 1,6 milhão de postos de trabalho formais no Brasil nos últimos 12 meses, levando o estoque total para 48,2 milhões. Quando consideramos apenas o setor da construção civil, um dos mais representativos do país, foram criados 103 mil novos postos, levando o estoque total do setor para 3 milhões de empregos, maior volume para o setor desde o final de 2013. Tal número demonstra a força do setor ao longo dos últimos anos, com um ritmo de vendas resiliente e com os lançamentos consolidados de novas unidades acompanhando essa demanda. Dessa forma, o principal índice de custos do setor, o INCC, tem demonstrado uma pressão nos custos de construção, acumulando alta de 7,19% nos últimos 12 meses. Dentro do indicador, o principal componente que vem contribuindo para esse movimento de alta é a mão de obra, que acumula alta de 9,97% na janela anual, maior nível isolado em 2 anos e que vem sendo sentido especialmente nos maiores centros urbanos do país.
Esse conjunto de indicadores parece desafiar a lógica histórica brasileira sob o ponto de vista de fontes de financiamento. As taxas de juros de financiamentos imobiliários vem acompanhando as elevações na taxa Selic desde setembro de 2024 e, de acordo com as divulgações mais recentes do Banco Central, quando consideramos apenas as operações à taxas de mercado, se encontram nas máximas desde 2017. Ainda assim, mesmo sendo observada uma desaceleração na oferta de novos lançamentos de produtos de médio e alto padrão, que são historicamente mais sensíveis e dependentes de financiamentos à taxas de mercado, as vendas no segmento permanecem em um ritmo firme e vêm gerando gradativas reduções nos estoques disponíveis de novas unidades. No entanto, o protagonismo do setor permanece a cargo do segmento econômico, puxado pelas favoráveis condições do programa Minha Casa Minha Vida, que vem ampliando o acesso à habitação para as famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, em condições mais acessíveis que as taxas de mercado, e mantendo os níveis de atividade bastante elevados.
Embora dados de confiança mais recentes pela FGV demonstrem alguma desaceleração na percepção do empresário do setor, principalmente em função das elevadas taxas de juros, os níveis de expectativas pela CNI seguem acima do nível neutro e sugerem uma resiliência na atividade do setor para o segundo semestre.
Até termos a confirmação ou não dessa expectativa, o mercado deve repercutir os resultados das principais companhias do setor relativos ao 2T25, que já começam a ser divulgados no final do mês de julho e se estendem ao longo da primeira quinzena de agosto.
Destaques desta edição: Dados de Confiança
Confiança da Construção (ICST) evolui, enquanto nível de utilização de capacidade da indústria apresenta leve recuo na base mensal.
Indicadores de Atividade
Nível de atividade interrompe sequência de três leituras consecutiva em alta, com leve recuo na base mensal, enquanto expectativas permanecem acima do nível neutro.
Fontes de Recursos e Novas Contratações
Poupança registra um leve volume de resgates líquidos em maio, mas registra o maior saldo nominal desde fevereiro/25 após os rendimentos. Contratações de operações imobiliárias utilizando seus recursos apontam desaceleração.
Dados de Crédito e de Emprego
Estoque de vagas de emprego no setor da Construção desacelera o ritmo, mas segue crescendo na última leitura. Já as taxas médias de juros para crédito imobiliário apresentam movimento misto em maio.
Índice de preços
INCC-M volta a acelerar na leitura mensal de junho, mês sazonalmente mais forte, e acumula 7,19% nos últimos 12 meses. Os dois principais componentes do índice – mão de obra e materiais – apresentaram direção mista na comparação anual.
Dados de Mercado – Construção Civil
Índice imobiliário (IMOB) avança 4,2% em junho, superando pelo quarto mês consecutivo a performance do IBOV (+1,3%), na expectativa dos resultados das companhias do setor relativos ao 2T25.
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