Condomínios aeronáuticos desembarcam no país
em https://valor.globo.com/patrocinado..., 8/agosto
O número de voos particulares cresceu 7,3% no país, no ano passado, impulsionado pelo aumento da demanda por logística e mais eficiência.
O crescimento no uso de aeronaves privadas no Brasil observado nos últimos anos tem estimulado o desenvolvimento de condomínios aeronáuticos voltados tanto para os negócios quanto para o lazer. Em 2024, o número de voos particulares no país cresceu 7,3% — mais do que nos Estados Unidos (4,1%) e na Europa (1,3%). A frota brasileira de aviões e helicópteros chegou a 10.632 unidades no ano passado, um aumento de 5,75% em relação a 2023. Os dados são da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
Empresários do ramo imobiliário têm procurado acompanhar a alta demanda por mobilidade aérea com empreendimentos associados a pistas de pouso ou helipontos, suportados por hangares, serviços de manutenção e abastecimento. O objetivo é atender clientes em busca de deslocamentos mais ágeis e eficientes, seja a lazer ou negócios.
No litoral de Alagoas, o empreendimento Reserva Pituba, da Halbreich Construtora, tem pista de pouso de 1,5 mil metros de extensão asfaltada e homologada pela Anac, apta a operar dia e noite. O aeroporto privativo tem pátio para as aeronaves, apartamentos para os pilotos e sala de embarque assinada pelo escritório Una BV.
Já as casas de praia levam a assinatura de nomes como Carolina Proto e Bernardes Arquitetura. Os valores vão de R$ 5,3 milhões a R$ 25 milhões, conforme o tamanho e a localização no terreno. Há ainda um clube de praia com bar, restaurante, piscinas e mais seis bangalôs com 12 quartos para hóspedes.
No município Elias Fausto (SP), na região de Campinas, São Paulo, o Condomínio Aeronáutico Santos Dumont (SNDD) foca em atender pilotos proprietários de aeronaves e empresários do setor agropecuário com negócios na capital paulista. “Muitos clientes vêm de outros estados com seus aviões e precisam de um ponto de apoio próximo a São Paulo. Daqui, saem de helicóptero até a Faria Lima para fazer suas reuniões de trabalho e retornam”, revela Sérgio Galhera, CEO da FCK Empreendimentos Imobiliários, responsável pelo projeto.
O SNDD tem pista de 1,2 mil metros de extensão, baliza noturna, operação 24 horas, segurança total e abastecimento para aeronaves. Os 280 lotes variam de 800 a três mil metros quadrados, que podem receber hangares ou residências. “A aviação executiva deve dobrar de tamanho na América Latina até 2029, e o Brasil é o principal mercado da região. Isso levará a uma pressão por mais pistas de pouso, hangares e condomínios aeronáuticos regionais como este”, acredita Galhera.
Infraestrutura
Em Goiás, estado que concentra boa parte do tráfego aéreo privado do país — ocupa o sétimo lugar no ranking da Anac —, diversos empreendimentos de segunda residência têm sido projetados com infraestrutura para receber clientes de helicóptero. É o caso do Fazenda Canoa Condomínio Reserva, em Silvânia, a 122 quilômetros de Goiânia, que terá ponto de pouso e duas áreas para estacionamento das aeronaves. “Percebemos a importância de oferecer uma opção para o cliente manter seu helicóptero no local durante o fim de semana”, diz Fernando Costa, CEO da FRSC Participações e idealizador do projeto, que contará ainda com vinícola própria e centro náutico.
Em Aparecida de Goiânia (GO), o Polo Aeronáutico Antares, com pista de dois mil metros e capacidade para receber até um Boeing 737- 800, está em construção, ocupando uma área de mais de dois milhões de metros quadrados, em que mais de 650 mil serão voltados para a construção de hangares para receber aeronaves e empresas do setor de aviação.
O projeto é capitaneado por um consórcio formado pela Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações.
O “masterplan” prevê condomínios horizontais de alto padrão e bairros abertos para atender às demandas futuras por moradias e serviços. A expectativa é de que o empreendimento se transforme em uma “cidade-aeroporto”.
“Os principais terminais do mundo tornaram-se chave em sistemas de produção e de empresas globais, por oferecer velocidade, agilidade e conectividade. Eles também são potentes motores de desenvolvimento da economia local, atraindo empresas ligadas à aviação, assim como complexos hoteleiros, entretenimento, varejo, convenções, comércio e moradia”, analisa Rodrigo Neiva, que integra o grupo empreendedor do projeto.
Na Região Serrana do Rio, o residencial Oni Araras terá lotes de dois a quatro mil metros quadrados, campo de golfe, quadras de tênis, spa e academias profissionais e duas filiais de restaurantes famosos: Afrânio e Zai Sushi. Mas o grande diferencial será mesmo a possibilidade de os condôminos agendarem voos de helicóptero para chegar ou sair do empreendimento, por meio de uma parceria com a empresa Avantto — líder em compartilhamento de aeronaves executivas na América do Sul.
“Já vendemos metade dos lotes, e a maioria dos compradores pensa em vir morar na serra e seguir trabalhando no Rio, pela facilidade que o helicóptero oferece”, afirma Nelson Belotti, CEO da Oni Incorporações.
Para Rogério Andrade, CEO da Avantto, as vantagens do serviço serão imensas: “O deslocamento via helicóptero reduzirá drasticamente o tempo de viagem entre a capital e o condomínio, que é de cerca de 1h30 a 2h de carro para 30 minutos de voo direto. Além disso, é uma experiência muito mais confortável, eficiente e sempre disponível”, compara.
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