O mercado imobiliário brasileiro registrou crescimento nos primeiros nove meses de 2025 e voltou a atrair investidores interessados em estratégias de proteção patrimonial e geração de renda. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) indicam que, entre janeiro e setembro, foram lançadas 307 mil unidades residenciais e realizadas 312 mil vendas no país, alta de 8,4% nos lançamentos em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo a CBIC, o maior crescimento percentual de lançamentos ocorreu na região Centro-Oeste, com avanço de 53,5% no terceiro trimestre. Em números absolutos, o Sudeste liderou, com 59,8 mil unidades lançadas no período analisado.
Para André Trevelin, diretor de incorporação e operações da Villa Boa Inc, o desempenho do setor reforça o interesse de investidores por ativos imobiliários, especialmente em um contexto de reorganização das estratégias financeiras após o ciclo de juros elevados. Ele afirma que o mercado passou a reunir características como maior previsibilidade, governança e diversificação de instrumentos.
De acordo com Trevelin, há uma migração gradual de investidores de modelos tradicionais para estruturas que combinem renda recorrente, segurança e potencial de valorização, como fundos de investimento imobiliário (FIIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e veículos estruturados. Esses instrumentos permitem a aplicação coletiva de recursos em ativos do setor, com gestão profissional.
O executivo aponta ainda uma mudança no perfil do investidor, que passou a exigir maior transparência, relatórios auditáveis e clareza na destinação dos recursos. Segundo ele, cresce também a participação de investidores mais jovens, influenciados pelo acesso a informações e plataformas digitais, mas com foco em análise de risco e qualidade da gestão.
Esse movimento tem levado empresas do setor a adaptar seus modelos de captação e estruturação de projetos. A Villa Boa Inc, por exemplo, atua na conexão entre incorporadoras, loteadoras e investidores, oferecendo serviços que incluem análise de viabilidade, estruturação de funding, acompanhamento da execução e pós-vendas.
Na avaliação de Trevelin, o momento atual representa uma fase de maturidade do mercado imobiliário brasileiro, marcada por maior profissionalização e pela consolidação do setor como alternativa relevante dentro do portfólio de investimentos de médio e longo prazo.