IA no mercado imobiliário: especialistas destacam ganhos em eficiência
em Terra / Economia, 30/junho
Painel no ’Summit Imobiliário 2025’ mostra como a tecnologia já impacta vendas, atendimento e decisões no setor.
A inteligência artificial já ocupa um papel central na transformação do mercado imobiliário, deixando de lado o status de tendência para se consolidar como ferramenta indispensável. Especialistas que participaram do painel Potencial da IA no mercado imobiliário, no Summit Imobiliário 2025 — nesta segunda-feira, 30, em São Paulo, no Dia do Mercado Imobiliário Estadão —, relataram como a tecnologia está transformando a forma como as empresas operam, tomam decisões e se relacionam com os clientes.
No QuintoAndar, a IA faz parte da estrutura desde o início da empresa. "Somos o que chamamos de um veterano curioso. Veterano porque usamos inteligência artificial desde o começo, mas curioso porque a tecnologia mudou e ainda temos muito a aprender", afirmou Igor Gushiken, diretor de Dados e IA do QuintoAndar.
Segundo ele, um dos primeiros usos da IA foi viabilizar a oferta do aluguel sem fiador, por meio de modelos que analisam o risco e garantem a sustentabilidade da operação. Com o tempo, outras aplicações foram sendo incorporadas, como recomendação personalizada de imóveis e canais de atendimento automatizados.
Nos últimos anos, com o avanço da IA generativa, o QuintoAndar passou a desenvolver produtos antes considerados inviáveis. Um exemplo é o buscador com linguagem natural, que permite ao usuário descrever mais livremente o que procura.
A plataforma busca imóveis com base tanto nas descrições quanto nas imagens. "A ferramenta entende até buscas que nem sequer previmos. Isso elevou muito a experiência do usuário", destacou Gushiken.
Para Rafael Yoshioka, fundador da Hypnobox, a principal contribuição da IA no setor é ajudar a superar a cultura baseada em percepções. "O mercado imobiliário ainda gira em torno de achismos. Quando um novo produto é lançado, há sempre um frio na barriga: será que vai dar certo?", afirmou.
Ele defende que a inteligência artificial pode ajudar as empresas a enxergar o que antes era invisível — especialmente nas incorporadoras.
Segundo Yoshioka, falta clareza até para definir o que é, de fato, uma venda. "É quando o cliente diz sim? Quando a proposta é aprovada? Quando assina o contrato? Ou quando paga a primeira parcela?", questionou.
Segundo Yoshioka, falta clareza até para definir o que é, de fato, uma venda. "É quando o cliente diz sim? Quando a proposta é aprovada? Quando assina o contrato? Ou quando paga a primeira parcela?", questionou.
Fábio Garcez, CEO do CV CRM, destacou que a transformação também passa por colocar o cliente no centro. "O setor imobiliário estava acostumado a esquecer do cliente depois da assinatura do contrato. Mas o consumidor de hoje quer mais, e o CRM veio para oferecer essa espinha dorsal", afirmou.
Desde 2020, após a entrada em um dos maiores grupos de tecnologia do País, a empresa passou a atender 10 mil construtoras e incorporadoras, com uma base de dados que permite observar o mercado em larga escala.
Para Garcez, a inteligência artificial deve ser pensada em duas frentes: "Existe a IA ’IN’, voltada à eficiência interna do negócio, e a IA ’OUT’, que atua na experiência do cliente — desde o primeiro atendimento até a entrega das chaves."
Em tempos de juros elevados e competição acirrada, eficiência operacional deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. "As empresas precisam ser mais ágeis e inteligentes para sobreviver. E a IA é uma ferramenta decisiva nesse processo", concluiu Garcez.
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