Imóveis sustentáveis e o mercado imobiliário

em Diário do Comércio, 31/julho

Movimento de busca de imóveis com área verde sinaliza uma busca na direção da sustentabilidade.

Sob a ótica do futuro dos empreendimentos imobiliários percebemos na oferta de moradias um movimento crescente de mudança de comportamento, em que as pessoas passaram a priorizar espaços otimizados, multifuncionais, compartilhados, com áreas verdes, conforto, reunindo tudo no mesmo lugar: trabalho, estudo, esporte, lazer e bem-estar.

Esse movimento sinaliza uma busca na direção da sustentabilidade, do bem viver, com demandas como energia solar, reutilização de água, coleta seletiva, customização de serviços, espaços de convivência, sem desperdícios ou exageros. Tudo adequado ao estilo de vida próprio.

Imóveis com autonomia e identidade própria. Na prática, deixam de ser apenas um dormitório para se tornar uma moradia completa, onde se possa descansar, fazer as refeições, trabalhar de forma remota, desfrutar de momentos de boa convivência.

Antes, as pessoas buscavam espaços com toda uma infraestrutura, do playground ao lazer completo com piscina, quadra, churrasqueiras. Agora, as novas construções surgem com varandas com jardineiras projetadas, pequenas hortas orgânicas, telhados verdes, com isolamento térmico.

Um estudo recente da Brain Inteligência Estratégica, empresa de pesquisa e consultoria em negócios com atuação em mercado imobiliário, vai de encontro a essa nova linha de pensamento. O estudo revelou que 74% dos brasileiros consideram a sustentabilidade fator importante na decisão de comprar um imóvel. Passou a ser ponto fundamental na aquisição do imóvel próprio. Mais que uma mudança cultural em relação aos padrões de consumo, quem está em busca de moradia hoje valoriza cada vez mais as construções sustentáveis.

Nessa esteira, surge, então, um novo conceito de morar bem. E como tudo isso impacta diretamente o mercado imobiliário? Na prática, estamos falando de um perfil de pessoas que conquistaram a independência financeira, valorizam e são adeptas às boas práticas.

Uma das principais demandas tem sido, além da localização, mobilidade e qualidade de vida. Porque sustentabilidade vai muito além, afeta emocionalmente as pessoas. As gerações mais novas já têm esse sentimento. Agora, o apelo ao verde incorporou esse conceito nos empreendimentos.

A questão da sustentabilidade no mercado imobiliário e no segmento da construção civil passou a ser uma exigência na captação de um imóvel. Construtoras e incorporadoras vêm adotando esse padrão.
Nesse sentido, as certificações são fundamentais. Além de agregarem valor ao bem, são um parâmetro para o segmento, balizando investimentos futuros. Certificações como a LEED, EDGE, Aqua e Fitwel e o HQE denotam confiança, responsabilidade social e compromisso com a redução dos impactos ambientais. Sem dúvida, uma nova concepção de cultura construída paulatinamente. Um caminho sem volta.


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