Mercado imobiliário do Rio tem melhor desempenho em cinco anos

em Diário do Rio, 4/abril

O mercado imobiliário do Rio de Janeiro encerrou 2024 com crescimento de 31% nas vendas, atingindo seu melhor resultado em cinco anos e apontando tendências de valorização para 2025, especialmente na Zona Norte.

O mercado imobiliário da cidade do Rio de Janeiro fechou 2024 em alta, registrando seu melhor desempenho em cinco anos. Segundo dados do Secovi-Rio (Sindicato da Habitação), foram vendidos 49.575 imóveis na capital fluminense ao longo do ano, um grande aumento, de 31%, em comparação a 2023, quando 37.878 unidades foram comercializadas.

O levantamento foi realizado a partir dos registros oficiais do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) da Prefeitura do Rio. Para o coordenador do Centro de Pesquisas e Análise da Informação do sindicato, Maurício Eiras, o resultado é significativo, mesmo diante de um cenário de juros elevados. “Foi o melhor desempenho dos últimos cinco anos”, afirmou.

A Barra da Tijuca, que no mapa é dos bairros mais extensos da cidade, liderou a lista de regiões com maior número de vendas, somando 3.678 unidades. Na sequência, destacam-se Copacabana (3.102), Recreio dos Bandeirantes (2.909), Campo Grande (2.335), Tijuca (2.334), Jacarepaguá (2.062) e Botafogo (1.562).

Além das vendas, os lançamentos de imóveis novos também cresceram. De acordo com a Brain Inteligência Estratégica, em parceria com a Ademi-RJ (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), foram lançadas 22.120 unidades na cidade em 2024 — um salto de 37,3% em relação ao ano anterior.

O setor movimentou R$ 33,54 bilhões em vendas, segundo a plataforma RioM², que acompanha os dados do ITBI. Apenas nos nove primeiros meses de 2024, o valor somou R$ 28,8 bilhões — 15,7% acima do mesmo período de 2023.

Outras modalidades também se destacaram, como os leilões de imóveis. Conforme dados da Ademi-RJ, houve aumento de 75% na oferta de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal disponíveis em leilão, totalizando mais de 25 mil unidades.

A associação observa que, embora o número de imóveis retomados por inadimplência tenha crescido, os leilões se consolidam como alternativa de investimento. Segundo a Jusbrasil, imóveis arrematados nesse modelo podem ter preços de 40% a 60% abaixo dos praticados no mercado tradicional. Além disso, a modalidade online amplia o alcance dos interessados, permitindo lances de qualquer parte do país.

O cenário favorável tende a se manter em 2025. Dados do 15º Panorama Imobiliário do Rio, realizado em março pelo Secovi-Rio, apontam que a cidade vendeu 6.638 apartamentos no primeiro bimestre deste ano — uma alta de 72% em relação ao mesmo período de 2020.

A Zona Norte surge como uma das áreas com maior potencial de valorização. Em janeiro, foram vendidas 1.043 unidades e lançadas 747 na região. Para o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin, o novo Plano Diretor e os incentivos ao desenvolvimento urbano ampliaram o foco de investimentos. “Pra quem não acreditava no Centro, no Porto Maravilha e na Zona Norte, é melhor abrir o olho. Estamos falando dos grandes vetores de crescimento da cidade”, destacou.

Beirando já os 10.000 novos imóveis lançados desde o início dos projetos de revitalização do Centro que Eduardo Paes vem conduzindo desde seu retorno à Prefeitura, o Centro desponta como bairro cobiçado não só por moradores, como também por investidores em unidades de locação, sem contar o Renascimento da gastronomia e turismo na região. Áreas como a Praça XV, o entorno da Selaron, a Praça Mauá, Beco das Sardinhas, rua do Senado e o Largo de São Francisco da Prainha vem se tornando verdadeiros points de movimento jovem, gastronômico e cultural.

O segmento de casas também apresentou bons números: foram comercializadas 1.081 unidades nos primeiros meses de 2025, frente a 735 no mesmo período de 2020. De acordo com o Secovi-Rio, os resultados refletem a recuperação consistente do setor, impulsionada pela melhora da economia e pelo aumento da confiança dos compradores.


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