As novas regras do Minha Casa Minha Vida devem ampliar o ritmo de obras e financiamentos em 2026. O Conselho Curador do FGTS aprovou ajustes que elevam os subsídios, revisam os tetos de imóveis e reforçam o orçamento destinado à habitação, criando espaço para mais contratações e lançamentos.
Pelas mudanças, o orçamento para subsídios voltados a famílias com renda de até R$ 2 mil sobe cerca de 20%.
Os limites de financiamento nas Faixas 1 e 2 também foram revisados, com aumento médio de 7% para municípios entre 100 mil e 300 mil habitantes.
Já os tetos dos grupos A1, A2 e D2 passam a ser de R$ 275 mil, R$ 270 mil e R$ 235 mil.
Em 2026, o orçamento habitacional chega a R$ 144,5 bilhões, além de R$ 12,5 bilhões reservados a descontos nos financiamentos.
Segundo empresas do setor, as atualizações trazem previsibilidade e ajustam o programa ao custo atual de terrenos, mão de obra e materiais.
A BRN Construtora, que atua em projetos residenciais enquadrados no programa, afirma que as mudanças corrigem distorções que vinham pressionando o planejamento de novos empreendimentos.
Evandro Nobre Cruz, diretor jurídico e institucional da BRN, avalia que a recalibração dos tetos e dos subsídios melhora a capacidade das famílias de acessar financiamento. “As novas faixas deixam o programa alinhado aos preços praticados pelo mercado e dão segurança às empresas para avançar no planejamento”, diz.
Ele destaca efeito direto nos municípios de médio porte, especialmente no interior paulista, onde a atualização dos limites deve viabilizar novos projetos. “Quando os valores refletem a realidade local, a produção habitacional tende a se expandir. Isso fortalece a dinâmica regional e amplia a atividade da cadeia da construção”, afirma.
Para 2026, agentes financeiros devem incorporar as mudanças de forma gradual. A expectativa é que o conjunto das medidas impulsione a demanda, amplie o crédito e mantenha o Minha Casa Minha Vida como motor relevante para o mercado habitacional no país.