Paes oferece antigo prédio do Jockey Club, no Centro, como sede permanente do BRICS no Rio
em Diário do Rio, 7/julho
Prefeitura sugere ceder o prédio ao bloco para, em troca, abater dívida bilionária do clube junto à administração municipal.
Reinaugurações, reformas e agora uma possível mudança diplomática. O Centro do Rio vive uma fase intensa de reocupação e pode, em breve, receber um inquilino de peso: o BRICS. O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países emergentes, que até hoje não tem sede fixa, pode ganhar endereço permanente.
Nesta terça-feira (07/07), último dia da Cúpula do BRICS 2025 no Museu de Arte Moderna (MAM), o prefeito Eduardo Paes oficializou ao presidente Lula a proposta de transformar o edifício do Jockey Club Brasileiro, na Avenida Almirante Barroso, em sede fixa do bloco. Projetado por Lúcio Costa, o prédio tem 12 andares e 83,5 mil metros quadrados, espaço suficiente para abrigar escritórios, eventos sociais e atividades culturais ao longo do ano. Ele possui farto edifício garagem, lojas de rua e um belíssimo jardim suspenso.
Segundo levantamento feito pelo vereador Pedro Duarte (NOVO) no ano passado, o charmoso e tradicional clube localizado entre a Lagoa, a Gávea e o Jardim Botânico é o maior devedor-pessoa jurídica de toda a cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o levantamento. Entre débitos de ISS, IPTU e Multas, o clube de hipismo deve nada menos que 1 Bilhão e 335 milhões de reais ao tesouro da cidade maravilhosa.
A Prefeitura do Rio aposta que a instalação do BRICS no Centro trará mais do que simbolismo diplomático. Para Paes, a medida vai fortalecer a imagem global da cidade, aumentar sua visibilidade internacional, gerar empregos e atrair investimentos e turistas estrangeiros.
“O Rio apoia plenamente os esforços multilaterais para consolidar o BRICS como um fórum decisivo do século XXI. Estamos prontos para receber representantes dos países membros e oferecer infraestrutura e cenário adequados para que o grupo avance em suas discussões de forma permanente. Esta proposta reforça o papel do Rio como capital global da diplomacia e dos grandes eventos, mantendo a cidade no imaginário mundial como importante e desejada, o que impulsiona a economia e gera emprego”, afirmou o prefeito.
O edifício está vazio desde que as atividades no prédio foram interrompidas em 2013. A prefeitura sugere ceder o prédio ao bloco para, em troca, abater dívidas que o clube tem para com a administração municipal. Segundo informações, o Clube tem débitos que ultrapassam um bilhão de reais junto à prefeitura.
”Não haveria dificuldade de realocar os inquilinos pois há edifícios de ótimo padrão nas circunvizinhanças, como o recém retrofitado edifício Aliança da Bahia, em frente ao restaurado Palácio Capanema. Isento de IPTU, inclusive”, explica Lúcio Pinheiro, diretor de locações da Sergio Castro Imóveis, maior empresa especializada na região.
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