Zona Sudoeste do Rio: entenda o que muda com a nova delimitação
em G1 / Rio de Janeiro, 11/setembro
Nova divisão territorial inclui bairros como Barra, Recreio e Jacarepaguá e pode influenciar políticas públicas e o mercado imobiliário, segundo especialistas.
Desde a última terça-feira (9), o município do Rio de Janeiro passou a contar oficialmente com uma nova divisão territorial: a Região Sudoeste.
A mudança, sancionada por lei após aprovação na Câmara dos Vereadores, inclui 21 bairros e afeta diretamente mais de 1,1 milhão de moradores — embora muitos ainda não saibam que agora vivem em uma nova zona da cidade.
A nova região abrange áreas como Joá, Itanhangá, Rio das Pedras, Vila Valqueire, Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Grumari, entre outros. A lista completa inclui:
- Anil
- Barra da Tijuca
- Barra Olímpica
- Camorim
- Cidade de Deus
- Curicica
- Freguesia
- Gardênia Azul
- Grumari
- Itanhangá
- Jacarepaguá
- Joá
- Praça Seca
- Pechincha
- Rio das Pedras
- Recreio dos Bandeirantes
- Tanque
- Taquara
- Vargem Grande
- Vargem Pequena
- Vila Valqueire
O que motivou a criação da nova zona?
Segundo a justificativa da nova lei, essas localidades não estavam oficialmente incluídas na antiga Zona Oeste.
A criação da Região Sudoeste busca corrigir essa lacuna administrativa e dar mais visibilidade às especificidades da área, que reúne desde comunidades até bairros com forte presença turística e ambiental.
A nova zona inclui duas das maiores orlas da cidade — Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes — além de áreas de preservação como Grumari.
O que muda para os moradores?
De acordo com a Prefeitura do Rio, a mudança não representa impacto imediato para os contribuintes: valores de impostos, serviços públicos e cadastros permanecem os mesmos.
No entanto, especialistas alertam que a nova classificação pode, no futuro, influenciar o mercado imobiliário e o planejamento urbano.
"O zoneamento urbano é um instrumento que pode afetar diretamente o valor dos imóveis e aluguéis", explicou Gustavo Macêdo Poeys, professor da UERJ.
O professor também destacou ao RJ2 que a lei não apresenta parâmetros claros sobre os benefícios esperados e defende que a população seja ouvida para que a nova zona contribua com melhorias reais, como mobilidade, acesso a serviços públicos e combate às desigualdades.
Como fica o mapa da cidade?
Com a criação da Região Sudoeste, o Rio passa a ter quatro zonas — Sul, Norte, Oeste e Sudoeste — além do Centro, que, curiosamente, não está localizado no ponto geográfico central da cidade.
A região central se desenvolveu historicamente às margens da Baía de Guanabara, entre morros como o do Castelo e o de Santo Antônio, que serviam de proteção contra invasões. Hoje, o bairro do Centro é mais um polo histórico, comercial e financeiro, do que um ponto central no mapa.
Se fosse pela geografia, o “centro” estaria mais próximo da região do Riocentro, na Zona Oeste.
Os desafios
Moradores da nova região esperam que a mudança traga melhorias.
“Pode trazer mais infraestrutura, mais condução, porque tá difícil. Saio 4h da manhã e olha a hora que tô chegando aqui”, relatou Carlos Henrique Freitas, garçom que vive próximo à Barra da Tijuca.
A expectativa é que a nova classificação ajude a direcionar políticas públicas mais eficazes para uma área que cresceu muito nos últimos anos, mas ainda enfrenta problemas como falta de transporte, saúde e educação, por exemplo.
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