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Grandes eventos impulsionam aluguel de temporada no Rio
em O Globo, 11/maio
Mais de 60 mil pessoas usaram a plataforma Airbnb em busca de acomodações para o fim de semana do show de Lady Gaga: impacto no mercado imobiliário.
Foram 2,1 milhões de pessoas no show de Lady Gaga no primeiro fim de semana de maio, segundo a Riotur — uma multidão similar à dos réveillons na Praia de Copacabana e bem superior à que compareceu ao show de Madonna no ano passado. O fato é que os megaeventos realizados no Rio têm causado grande impacto no mercado imobiliário local, especialmente para os proprietários de imóveis destinados à locação de short stay — ou de curta temporada.
Somente os usuários do Airbnb provocaram uma corrida por acomodações que mobilizou mais de 60 mil fãs de 66 países diferentes. Segundo a plataforma, as reservas de 30 de abril a 3 de maio cresceram 2,5 vezes em relação ao mesmo período de 2024, e 83% delas foram feitas por grupos de até quatro pessoas. Copacabana foi o bairro mais disputado, seguido por Botafogo e Leme. Os jovens da geração Millennial (nascidos nas décadas de 1980 e 1990) representaram 44% dos hóspedes.
Levando-se em consideração que, em 2024, o turismo já havia crescido 12,1% por causa do show de Madonna, dá para entender o quanto vale a pena investir em um imóvel para a locação de curta temporada.
— Se o preço do aluguel é reduzido, aumenta exponencialmente o público que pode viajar e se hospedar em um apartamento. Para os investidores, é um negócio fenomenal, já que a rentabilidade pode ser até cinco vezes maior do que a de um investimento na poupança, por exemplo. As incorporadoras também já perceberam esse filão, tanto que vão lançar mais seis mil unidades no Rio nos próximos três anos — afirma o economista Ernesto Otero, CEO da Lobie, plataforma de gestão de imóveis.
Investidores
Esse é exatamente o caso do Opportunity FII, que criou a marca Be.in.Rio, voltada tanto para o investidor quanto para o cliente final. O primeiro lançamento foi em Copacabana, depois vieram outros cinco, todos na Zona Sul, totalizando 230 unidades. Ainda neste ano, serão mais nove residenciais, somando 357 unidades e VGV de R$ 685 milhões.
— A maioria dos clientes do Be.in.Rio é investidor. São pessoas do Rio de Janeiro, de outros estados e estrangeiros, além de brasileiros que moram fora do país e que compram uma unidade com esse perfil para rentabilizar e passar temporadas no Rio quando o apartamento não estiver alugado — explica o gestor do Opportunity, Marcelo Naidich.
Cabe lembrar que, além das divas Lady Gaga e Madonna, outros fatores fortalecem o mercado de short stay. O carnaval oficialmente estendido —com cinco dias em vez dos quatro tradicionais — e agora as três noites de desfiles na Marquês de Sapucaí também contribuem para atrair mais visitantes.
Outro indutor de turismo na cidade foi a reativação do Aeroporto Internacional Tom Jobim-Galeão, que hoje recebe o maior mercado de aviação internacional do Brasil: a rota Rio-Buenos Aires, com quase 800 mil passageiros por ano. A Rio Galeão, que administra o aeroporto, contabilizou mais de 360 mil passageiros no período do show de Lady Gaga, um número 25% maior do que na ocasião da vinda de Madonna.
O mercado aquecido acaba por atrair até investidores de primeira viagem. É o caso da secretária-executiva Marcela Flores Barreto, 42 anos, que, ao ver da janela da casa de sua sogra o mar de gente que invadiu as areias da Praia de Copacabana para assistir ao show de Madonna, achou que poderia ser um bom negócio investir em um imóvel compacto o dinheiro que acumulou ao longo de mais de 20 anos de trabalho.
— Procurei muito até encontrar o que queria. Fiz uma pequena reforma, e a primeira locação foi para o show de Lady Gaga. Um casal se hospedou ao longo da semana de 1º a 7 de maio, e já fez reserva para réveillon e carnaval e está de olho no show do ano que vem — conta a nova investidora do mercado imobiliário carioca.
Ver online: O Globo