O clássico ‘dois quartos’ lidera lançamentos no Rio

em Grupo de Diários América, 7/setembro

Mesmo com o boom de imóveis compactos e outras tipologias que não param de surgir no mercado imobiliário, o bom e velho "dois quartos" mantém seu posto como locomotiva do volume de lançamentos do Rio, tanto no segmento econômico quanto no de alto padrão.

Mesmo com o boom de imóveis compactos e outras tipologias que não param de surgir no mercado imobiliário, o bom e velho "dois quartos" mantém seu posto como locomotiva do volume de lançamentos do Rio, tanto no segmento econômico quanto no de alto padrão. Segundo o Sinduscon-Rio, cerca de 60% de tudo que é lançado na cidade segue esse padrão, o que mostra que o boom de estúdios, gardens, double suítes e outros modelos não tirou dos apartamentos-tipo de dois quartos a coroa de campeão de vendas.

Mas o que justifica essa demanda? A explicação talvez esteja na demografia do país. Segundo o Censo 2022 do IBGE, as famílias brasileiras estão "encolhendo". Hoje, há 2,79 moradores por residência, em média " no levantamento de 2010, eram 3,31. Famílias menores vivem em imóveis menores.

Segundo o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin, apesar das novas tipologias que surgiram nos mercados imobiliários brasileiro e carioca, os apartamentos de dois quartos continuam respondendo por grande parte dos lançamentos no Rio.

"Esse é um produto ideal para famílias que ficaram menores e buscam mais conforto do que o oferecido pelos compactos, mas que exige um custo de manutenção menor do que o dos imóveis de metragens amplas" observa.

Quem compra o primeiro apartamento com dois quartos pode, inicialmente, dividir o quarto com as crianças e seguir em frente até conseguir comprar um maior, avalia o sócio das construtoras Itten e Emma, Eduardo Cruz. Segundo ele, mesmo em uma tipologia tão tradicional, é possível inovar, como ocorreu nos residenciais Panorama e Merino, no Jardim Oceânico.

"Um imóvel de dois quartos ideal combina planta generosa com área comum valorizada e infraestrutura ao redor. Nós aproveitamos também as características do bairro para investir em varandas maiores. Em determinadas regiões da cidade, há tanta oferta de serviços e lazer que as pessoas usam o apartamento só para dormir" pontua Cruz.

Porta de entrada

Além de famílias menores, muitos casais que estão começando a vida optam pelo imóvel de dois quartos para ter um escritório ou já planejar a chegada dos filhos. Segundo Marcos Saceanu, diretor-presidente da Piimo, esse tipo de apartamento, ao contrário de outras tipologias, em geral é adquirido para moradia, não como investimento. No Euzébio, no Flamengo, por exemplo, eles fizeram o maior sucesso.

"Os apartamentos de dois quartos são considerados a porta de entrada no mercado imobiliário, e pode-se alocar dois filhos em um mesmo quarto. É a base da pirâmide" afirma.

Para Carolina Lindner, diretora Comercial da Performance Empreendimentos Imobiliários, a demanda consistente e resiliente por imóveis de dois quartos deve-se ao perfil plural desse produto, que atende tanto famílias em formação quanto investidores que enxergam liquidez e valorização neste segmento. Ela diz que em residenciais como o Lis, em Copacabana, ou o Ibitá, em São Conrado, as unidades de dois quartos são as mais procuradas.

"Temos visto o crescimento de novos formatos, como estúdios e double suítes, que dialogam especialmente com jovens em início de carreira, casais sem filhos e investidores que buscam produtos para rentabilizar com a locação. Ainda assim, os de dois quartos permanecem como um dos formatos mais procurados, justamente por sua versatilidade: metragem equilibrada, valor de entrada acessível e boa adaptabilidade ao longo das fases da vida do morador" observa.


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