Prefeitura corre atrás de terreno na Zona Sul para convencer Grupo SEB a desistir do Colégio São Paulo
em Diário do Rio, 27/outubro
O objetivo é que grupo educacional desista do imóvel de 3 mil m² na Vieira Souto, avaliado em 250 milhões, para abrir espaço a hotel de alto padrão na orla do Arpoador.
O tradicional e valiosíssimo prédio do Colégio São Paulo, no Arpoador, pode não receber a nova escola que o Grupo Educacional SEB planeja instalar no Rio. O contrato de locação fechado recentemente entre a congregação das Irmãs Angélicas de São Paulo e o grupo de educação de Chaim Zaher não agradou à Prefeitura do Rio, que já movimenta esforços para encontrar um terreno alternativo na Zona Sul, como é de desejo da turma.
Os bairros em estudo pela equipe de Eduardo Paes são Ipanema e Leblon. A ideia é convencer o grupo a desistir do imóvel da Vieira Souto, que tem cerca de 3 mil metros quadrados e está avaliado em 250 milhões de reais, e assim, abrir caminho para que o terreno receba um hotel de alto padrão, estratégia considerada prioritária pelo prefeito.
O imóvel, que abrigou a única escola particular na orla carioca, vai encerrar as atividades em dezembro após 103 anos de história. A Congregação das Irmãs Angélicas de São Paulo, que mantém parte das religiosas residindo no local, sempre demonstrou preferência por manter a tradição educacional do prédio. A capela presente no edifício modernista também seria um ponto sensível à conversão para outros usos.
Na mira da Rubaiyat
Antes da negociação com o grupo educacional, o prédio esteve no radar da rede de restaurantes Rubaiyat, que avaliou transformar o local em seu primeiro hotel de alto padrão, com 110 quartos, piscina, quadras e restaurante. Estudos técnicos foram realizados, inclusive sobre o retrofit da capela, mas as negociações não avançaram.
O Grupo SEB, que já controla escolas como Carolina Patrício e AZ, pretende implantar uma unidade Concept. Chaim Zaher já havia declarado em 2023 que 2025 seria o ano da expansão na Zona Sul e, após tentativas frustradas no Jockey Club, a equipe do grupo passou a avaliar in loco imóveis com no mínimo 5 mil metros quadrados para a construção da escola.
A Prefeitura, esperta, vem cercando o terreno. Em julho, publicou um decreto restringindo novas licenças na área entre a Rainha Elizabeth e a Pedra do Arpoador a empreendimentos hoteleiros e turísticos. A ação é válida por seis meses, com possibilidade de prorrogação. Fontes do mercado imobiliário afirmam que Eduardo Paes chegou a cogitar até a desapropriação do Colégio São Paulo para viabilizar a venda a investidores do setor hoteleiro.
Ver online: Diário do Rio