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Rio de Janeiro apresenta alta demanda por studios
em Site Barra, 27/maio
Em grandes centros urbanos, os apartamentos compactos, como studios e lofts, têm ganhado protagonismo entre os lançamentos imobiliários. Esses imóveis de metragem reduzida se multiplicaram pelo país e atraem desde estudantes e jovens profissionais até investidores e aposentados que buscam praticidade, preços mais acessíveis e boa localização.
No Rio de Janeiro, essa nova configuração do mercado imobiliário é evidenciada pelos dados mais recentes do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio). Em 2023, a cidade registrou o lançamento de 1.667 studios,o triplo do total de imóveis de quatro quartos, que somaram apenas 538 unidades.
Além disso, nos dois anos anteriores, o número de lançamentos de apartamentos compactos apresentou crescimento de 35%, enquanto o de imóveis de quatro quartos caiu quase 40%.
Segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), a velocidade das vendas também impressiona: em média, 80% das unidades compactas – de 30 a 50 metros quadrados – são comercializadas ainda na fase de lançamento, sendo os preferidos pelos investidores que desejam rentabilizar com locação.
Em entrevista à imprensa, o presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu, declarou acreditar que a tendência é que continuem a surgir empreendimentos compactos na capital, por terem grande potencial de aluguel e atraírem um público diversificado, como estudantes, solteiros, idosos e turistas.
Imóveis compactos exigem melhor aproveitamento de espaço
Com a popularização de apartamentos do tipo studio, cresce também a necessidade de soluções inteligentes para otimizar cada metro quadrado disponível. Segundo levantamento da Nuvemshop, entre as principais tendências do mercado de decoração para 2025 estão os móveis multifuncionais e compactos.
Sofá retrátil, mesa dobrável, banco com baú e cama com compartimento interno para armazenamento são algumas das alternativas para unir conforto e funcionalidade em espaços pequenos.
Em projetos reduzidos, como os studios de menos de 30 metros quadrados, o uso estratégico dos ambientes pode fazer a diferença. Em seu canal no Youtube sobre arquitetura e decoração, a arquiteta Ana John exemplifica essa prática ao mostrar uma proposta para um imóvel com apenas 24 metros quadrados de área útil.
No projeto, a integração dos espaços foi feita com um painel vazado que separa o quarto da sala, preservando a iluminação natural e a ventilação cruzada. Além disso, um segundo painel similar delimita a área da cozinha, garantindo a privacidade sem comprometer a sensação de amplitude, tendo em vista que eliminar barreiras entre os ambientes pode fazer o imóvel parecer maior.
Para maximizar o armazenamento, Ana apostou em um armário suspenso sobre a cama e em um guarda-roupa com portas de correr espelhadas, recurso que ajuda a ampliar visualmente o ambiente. Segundo a arquiteta, a escolha por uma cama mais baixa, inspirada no estilo japonês, também contribuiu para um aspecto mais aconchegante, assim como as cores claras que predominaram os móveis e pinturas.
Fatores que impulsionam a preferência por compactos
Desde 2019, o novo Código de Obras permitiu a construção de unidades menores, algo que estava proibido na cidade desde a década de 1970, conforme explica o Sindicato da Indústria da Construção Civil no estado (Sinduscon-Rio). Com isso, novos projetos começaram a ser desenvolvidos, especialmente em bairros da Zona Sul, onde a localização privilegiada favorece a procura por apartamentos menores.
O presidente do sindicato, Claudio Hermolin, também aponta mudanças na configuração familiar como um dos motivos pela preferência dos consumidores. Segundo ele, muitas pessoas não desejam casar ou ter filhos, a população de idosos aumentou, e a cidade se tornou um polo universitário.
“Houve, ainda, uma mudança de comportamento das pessoas. Hoje, quarto de empregada não é mais uma necessidade. Muitos querem um apartamento compacto num local onde a mobilidade seja fácil”, acrescenta Hermolin.
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