São Paulo acelera construção de arranha-céus em nova onda de verticalização imobiliária

em Portal In, 5/maio

A paisagem urbana de São Paulo está mudando novamente — e para cima. A cidade tem registrado uma aceleração no número de arranha-céus nos últimos anos e já figura na 76ª posição no ranking do Skyscraper Center, plataforma internacional que monitora os edifícios mais altos do mundo. No Brasil, São Paulo está atrás apenas de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, mas pode ganhar posições à medida que novos projetos saírem do papel.

Essa nova onda de verticalização marca também uma mudança de perfil nas construções. Se antes os prédios mais altos da capital eram majoritariamente comerciais, hoje dominam os projetos residenciais e de uso misto — resultado de alterações recentes na legislação urbanística que flexibilizaram a construção de torres altas em determinadas zonas da cidade.

Um dos exemplos mais emblemáticos dessa nova fase é o complexo Alto das Nações, da construtora WTorre. Em obras na região da Chácara Santo Antônio, zona sul da capital, o empreendimento será, quando concluído, o edifício mais alto de São Paulo, com 219 metros de altura. O terreno tem valor simbólico: é o mesmo onde o Grupo Carrefour instalou seu primeiro hipermercado no Brasil, em 1975.

Novo skyline

Com a transformação do uso do solo em diversas regiões, impulsionada por mudanças no Plano Diretor e nas normas de zoneamento, incorporadoras vêm apostando em empreendimentos que combinem moradia, comércio e escritórios. A nova lógica responde à demanda por bairros mais compactos e autossuficientes, alinhados a tendências de urbanismo sustentável.

Além de atender à demanda crescente por habitação em áreas centrais, os arranha-céus paulistanos também respondem a uma dinâmica de valorização imobiliária e escassez de terrenos amplos nas regiões mais cobiçadas.

A movimentação no setor da construção civil é acompanhada de perto por urbanistas e moradores, que levantam preocupações sobre impactos no trânsito, no abastecimento de água e na infraestrutura urbana. Por outro lado, defensores da verticalização argumentam que prédios altos, quando bem planejados, podem otimizar o uso do solo e reduzir a expansão horizontal da cidade.


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