Setor da construção civil reage à falta de mão de obra com apoio da IA e da gestão, mostra pesquisa da Falconi

em Agência CBIC, 1º/outubro

A nova edição do “Termômetro Falconi da Construção Civil”, realizada pela Falconi, aponta que, para superar pressão de custos e escassez de mão de obra, gestores apostam em tecnologia e qualificação das equipes. Segundo o estudo, seis em cada dez executivos do segmento consideram que há uma estagnação na área, que deve se manter nos próximos meses. A leitura é resultado dos desafios que construtoras e incorporadoras enfrentam, como a falta de profissionais qualificados e o alto custo do dinheiro para financiar obras.

A pesquisa, produzida em parceria com a plataforma especializada em ERP Sienge, revelou outro contraste relevante: o avanço de tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA). O uso de ferramentas de IA nos negócios mais que dobrou, saltando de 15% em 2023, ano da primeira edição do “Termômetro Falconi da Construção Civil”, para 38% em 2025, em uma estratégia que se potencializa em meio ao clima de cautela e de necessidade de eficiência.

Entre os obstáculos enfrentados neste ano, a falta de mão de obra lidera as preocupações, citada por 71% dos respondentes (contra 52% em 2023). Em seguida, aparecem as altas taxas de juros (48%), o custo de materiais e serviços (37%) e a demanda de mercado (36%). Em 2023 (o estudo é feito a cada dois anos), a demanda de mercado era a questão mais relevante, mencionada por 63%. “É inegável que a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada atrasa a transformação do setor”, diz o vice-presidente da unidade de negócios da Falconi especializada em Indústria de Base e Bens de Capital, André Chaves.

O cenário, portanto, exige respostas precisas e imediatas das lideranças. Os caminhos para superar os desafios em curto prazo, segundo os respondentes, são: investimentos para melhorar a gestão de custos da obra (74%), treinamento e qualificação da mão de obra (57%) e fortalecimento de marca (43%). Na pesquisa feita há dois anos, as empresas priorizavam concluir projetos no prazo (66%), melhorar a experiência do cliente (44%) e investir em industrialização (41%).

O avanço na adoção de tecnologia também faz parte dos planos estratégicos. No entanto, a pesquisa aponta queda na confiança em mudanças estruturais. Apesar do salto no uso de IA e da consolidação de soluções de base tecnológica como BIM (55%), CRM (43%) e Lean Construction (41%), 20,8% disseram acreditar em mudanças significativas no setor nos próximos cinco anos, uma redução significativa frente aos 37% em 2023.

“Mais do que buscar a inovação pela inovação, temos que entender quais problemas são prioritários para serem resolvidos, definir as soluções mais adequadas (com e sem tecnologia), estabelecer padrões robustos de execução, criar rotinas de monitoramento e alinhar objetivos entre obra e matriz”, avaliou Chaves. Sem maturidade de gestão e treinamento dos times, o vice-presidente da Falconi alertou para o perigo da subutilização das soluções digitais. “Sem ações de capacitação, as empresas correm o risco de não conseguir implementá-las de forma efetiva”, diz.

O “Termômetro Falconi da Construção Civil” contou com a participação de 120 executivos do segmento, sendo 35% deles CEOs, proprietários e diretores. As entrevistas foram feitas entre 2 de junho e 10 de julho.

Sobre a Falconi:

Fundada no Brasil em 1984, a Falconi é a maior consultoria brasileira de gestão empresarial. Com tecnologia de ponta e inteligência de dados para acelerar a geração de valor sustentável para seus clientes, atua em mais de 50 diferentes setores econômicos. Seu portfólio inclui mais de 10.000 projetos em 42 países e a consultoria se destaca por sua capacidade de implementação nos níveis estratégico (estratégia, modelo de negócios e estrutura organizacional), tático (implementação e alinhamento de processos e metas) e operacional (alinhamento e monitoramento de operações).

A Falconi é reconhecida como líder em consultoria de gestão na América Latina, com clientes nas áreas privada e pública na região, e sua operação nos Estados Unidos, baseada em Chicago, está em franca expansão, com crescimento de dois dígitos ao ano.


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