Lançamentos imobiliários no Rio disparam e redesenham a cidade

em O Globo / Ademi-RJ, 27/novembro

Números em alta e demanda aquecida: o mercado carioca vive seu melhor momento em décadas, impulsionado pelas mudanças na legislação urbanística.

O mercado imobiliário do Rio vive hoje um ciclo de crescimento sustentado, que ajuda a redesenhar o mapa da cidade — e não é obra do acaso! O setor registra indicadores positivos de desempenho, ancorados por uma legislação moderna e eficaz, que descortina um novo cenário de desenvolvimento urbano. E o melhor: a oferta de imóveis contempla todos os públicos em diversas regiões.

Os números confirmam esse cenário: de janeiro a setembro deste ano, foram lançados no Rio 90 empreendimentos, uma alta de 7,1% em relação aos mesmos meses de 2024. O valor geral de lançamento (VGL) saltou quase 50%, passando de R$ 8,2 bilhões para R$ 12,3 bilhões no período. Foram lançadas 14.543 unidades, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 10,09 bilhões, aumento de 13,2%. Até o final do ano, o VGV total deve superar o de 2024.

O presidente da AdemiRJ, Marcos Saceanu, destaca que o crescimento observado no período se torna ainda mais expressivo quando comparado ao resultado recorde do setor em 2024, ano de aprovação do Plano Diretor.

— Esse desempenho é fruto da maior revisão das leis urbanísticas do Rio em 50 anos. Além do Plano Diretor (2024), o Reviver Centro (2023), a Lei do Retrofit (2021) e o Código de Obras (2019) foram marcos essenciais, e a Ademi-RJ atuou de forma construtiva no diálogo com o poder público para viabilizar essas mudanças — afirma.

Os segmentos popular e de luxo são os motores dessa expansão. O Minha Casa Minha Vida (MCMV) ampliou de 36% para 43% sua participação nas unidades lançadas até setembro, enquanto o alto padrão, que passou de 4,3% para 8,8%, viu o volume financeiro lançado saltar de 24%, em 2024, para 42%.

Os imóveis compactos são as estrelas desse cenário que passou a ser desenhado após a aprovação das novas leis, especialmente no Centro e na Zona Sul. Os grandes projetos da Barra seguem em ritmo firme, e os do Porto Maravilha (ampliado até São Cristóvão) já ultrapassam 13 mil unidades lançadas, cinco mil em fase de entrega.

— A cidade está cada vez mais plural, com oferta de moradia para todos. É um equilíbrio importante após décadas de leis que já não refletiam as necessidades atuais — avalia Saceanu.

Esse desempenho trouxe para o mercado uma demanda reprimida de clientes que não conseguiam ter um imóvel por não atender aos padrões antes exigidos, segundo avalia o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin.

— O Rio está recuperando o tempo perdido. Agora, temos uma legislação que oferece condições favoráveis e atrai tanto moradores quanto investidores — diz. O melhor exemplo desse movimento é o Centro, que hoje abriga o maior volume de lançamentos do Rio e desponta como um grande vetor de crescimento da capital.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, ressalta que a cidade vive um novo ciclo de desenvolvimento urbano, resultado de planejamento, de diálogo e do novo Plano Diretor, e os números do mercado imobiliário refletem isso.

— O município atravessa um momento marcado por lançamentos de todos os padrões, fortalecendo a diversidade da oferta e atraindo investimentos para diferentes perfis de moradia — afirma Paes. Para o presidente da Câmara Municipal do Rio, Carlo Caiado (PSD), a Casa Legislativa foi peça-chave nesse processo de transformação da cidade ao criar um ambiente de segurança jurídica, que devolveu confiança ao investidor. — O objetivo é ter moradias acessíveis, revitalizar áreas degradadas e gerar mais empregos. O Rio está retomando o protagonismo com equilíbrio, visão e trabalho sério — conclui.

Centro renasce com a chegada de novos moradores

Projetos imobiliários, infraestrutura e mobilidade fazem da região um polo residencial vibrante

O Centro do Rio está ganhando novos vizinhos. As chaves dos projetos vendidos na planta já estão sendo entregues, marcando uma virada concreta no coração da cidade. A cena é simbólica para a região que viu sua população encolher e seus prédios ficarem vazios e que, agora, retorna ao mapa afetivo do carioca, embrulhado por políticas urbanas que incentivam a revitalização e por uma onda de lançamentos imobiliários.

O novo fluxo de pessoas é comprovado pelos números: desde 2021 já foram vendidas 2,97 mil unidades residenciais no Centro — 85% do total lançado. Os novos moradores vêm principalmente da Zona Norte (39%), da Zona Oeste (23%), da Baixada Fluminense (16%) e da Zona Sul (4%) e chegam à região atraídos por infraestrutura robusta, transporte fácil, serviços diversos e preços que cabem no bolso. Os dados são do Sinduscon-Rio.

O movimento ganhou novo impulso neste mês, quando a Prefeitura lançou edital para o leilão dos primeiros 16 imóveis do programa Reviver Centro Patrimônio Pró-Apac, iniciativa que vai recuperar prédios históricos degradados e estimular a ocupação residencial e comercial da região. Divididos em quatro lotes no entorno do Largo de São Francisco de Paula, os imóveis vão a leilão em 2 de dezembro com lances iniciais de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão.

mesmo ritmo. O projeto Porto Maravilha, agora estendido a São Cristóvão, atrai investimentos expresO Rio observa um boom de lançamentos imobiliários em várias regiões e que contemplam todos os per s de público sivos graças às regras urbanísticas mais f lexíveis. A Cury é um bom termômetro desse movimento: já lançou ali 20 empreendimentos, totalizando 13 mil unidades. E vem mais por aí. Em 2026, a construtora apresentará o “Luzes do Rio”, com 1,7 mil unidades, perto do Terminal Gentileza.

— O Porto Maravilha vem se consolidando por uma conjugação de fatores muito valorizados: infraestrutura, mobilidade urbana, empreendimentos modernos e preços bem acessíveis. É uma região que se concretiza como polo residencial da cidade — afirma Leonardo Mesquita, vice-presidente de Negócios da Cury.


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