O mercado imobiliário da Zona Sul ganhou um novo motivo para acelerar reuniões, calcular riscos e ajustar propostas. A Prefeitura do Rio vai leiloar, no próximo dia 9 de dezembro, um terreno de 335 m² na Rua Jardim Botânico, na esquina com a Maria Angélica, área onde praticamente não há mais terrenos livres disponíveis para novos empreendimentos. O lance mínimo foi estabelecido em R$ 7.999.000,00.
O imóvel abrigou até 2020 o Ambulatório Praia do Pinto, serviço social que atendia cerca de mil pessoas por semana. Desde então, o espaço permaneceu sem uso, tornando-se uma promessa rara para construtoras em busca de um lote no bairro, que vive uma das maiores valorizações de transações imobiliárias do Rio nos últimos anos. O terreno está a pouquíssimos metros da Lagoa e tem vista direta para o Corcovado.
Terreno escasso em área de alta valorização
Por se tratar do Jardim Botânico, a disputa tende a ser pesada. A região convive há anos com uma escassez crônica de terrenos, o que transforma qualquer oportunidade em ouro puro para o mercado. Hoje, o metro quadrado no bairro gira em torno de R$ 17 mil. Quando entram na conta os novos lançamentos, esse valor costuma subir ainda mais.
Essa pressão de demanda, somada à oferta mínima, estimula preços cada vez mais altos e mantém o bairro no topo dos indicadores de valorização da cidade. Nos últimos 12 meses, o Jardim Botânico foi um dos bairros com maior avanço nos valores de venda por metro quadrado, segundo plataformas do setor.
Regras, limitações e oportunidades
O endereço à venda está dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e de uma zona com controle de gabarito devido à proximidade da Lagoa e da Mata Atlântica. Na prática, prédios costumam ser limitados a até três pavimentos. Mas, como dizem empresários e urbanistas, cada projeto depende de legislação específica, análise técnica e acordos com diferentes esferas públicas.
O terreno integra o conjunto dos 16 primeiros imóveis colocados à venda pelo Reviver Centro Patrimônio PRÓ-APAC, programa que busca recuperar áreas degradadas e reativar estruturas históricas no Rio. Embora o endereço seja no JB, faz parte do pacote porque pertence ao mesmo conjunto de ativos atualmente alienados pelo município.