Os preços dos imóveis residenciais seguem em alta no Brasil, tanto para venda quanto para locação. Os valores médios de venda registraram aumento de 0,58% em julho de 2025, superando o desempenho de junho, de 0,45%. Com isso, a valorização acumulada no ano chegou a 3,93% e, nos últimos 12 meses, os preços subiram 7,31%, conforme dados do Índice FipeZAP.
O avanço superou a inflação oficial do período, estimada em 5,30% pelo IPCA do IBGE e ao IGP-M, o chamado índice do aluguel, que acumulou 2,96%.
A valorização média mais acentuada no mês foi observada em imóveis com três dormitórios, que subiu 0,69%, enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios tiveram a menor variação, de 0,36%. Entretanto, no recorte anual, os imóveis de um dormitório continuam liderando com alta de 8,54%, reforçando o apetite por unidades menores nas grandes cidades.
Vitória, Salvador e João Pessoa despontam entre as capitais com maior valorização nos últimos 12 meses, com altas de 23,90%, 19,27% e 17,03%, respectivamente. Já Brasília, com alta de 2,06%, e Goiânia, com 3,39%, tiveram os desempenhos mais discretos.
O preço médio de venda no país atingiu R$ 9.375 por metro quadrado em julho. Capitais como Vitória, que chegou a R$ 14.031 por metro quadrado, Florianópolis (R$ 12.420/m²) e São Paulo (R$ 11.671/m²) lideram o ranking das mais caras.
Já Aracaju (R$ 5.179/m²), Teresina (R$ 5.664/m²) e Natal (R$ 5.944/m²) registram os menores valores por metro quadrado.
Aluguéis desaceleram
Na outra ponta do mercado, os preços de locação residencial também seguem em alta, embora com sinais claros de desaceleração. O avanço de 0,51% em junho ficou abaixo dos meses anteriores, mas acumulou 5,66% no primeiro semestre, ficando bem acima da inflação do período (de 2,99% medida pelo IPCA) e em contraste com a deflação de 0,94% do IGP-M, índice tradicionalmente associado aos contratos de aluguel.
No recorte de 12 meses, os aluguéis avançaram 11,02%, puxados principalmente pelas unidades de um dormitório, que tiveram alta de 11,91%. Cidades como Belém (+19,85%), Porto Alegre (+18,75%) e Fortaleza (+16,84%) lideram os aumentos. A exceção entre as capitais é Brasília, que registrou recuo de 1,54% no período.
Mesmo com a perda de fôlego, o mercado de locação ainda pressiona o orçamento das famílias nas grandes cidades, especialmente onde a oferta de imóveis segue restrita.
Aluguel vale a pena para investidor?
A rentabilidade bruta média com aluguel está em 5,93% ao ano, inferior a aplicações de renda fixa, de acordo com levantamento da FipeZap. No entanto, cidades como Manaus (8,44%), Belém (8,34%) e Recife (8,30%) se destacam como oportunidades, especialmente com imóveis compactos. Já Vitória (4,13%), Curitiba (4,55%) e Fortaleza (4,72%) apresentam menor retorno, exigindo maior atenção aos custos de manutenção e vacância.
O preço médio nacional de aluguel atingiu R$ 49,23 por metro quadrado em junho, com destaque para imóveis de um dormitório, que chegaram a R$ 66,48 o metro. São Paulo lidera o ranking nacional, com o valor de R$ 61,32 por metro quadrado, seguida por Belém e Recife.
Perspectivas
O segundo semestre deve manter a trajetória de alta moderada nos preços, tanto para compra quanto para locação. A valorização segue sustentada pela demanda por unidades menores, localizadas e com infraestrutura de serviços. Para os investidores, o cenário ainda exige cautela: a rentabilidade da locação pode perder atratividade frente a outros ativos se os juros continuarem elevados.
No entanto, com a possibilidade de cortes na Selic, o mercado pode voltar a ganhar força, especialmente em cidades com alta demanda e boa liquidez.