Mercado imobiliário mantém trajetória de alta: venda sobe 7,31% em 12 meses em julho

em InfoMoney, 5/agosto

Os preços subiram tanto para venda como no aluguel, superando a inflação, mas os juros ainda afastam comprador.

Os preços dos imóveis residenciais seguem em alta no Brasil, tanto para venda quanto para locação. Os valores médios de venda registraram aumento de 0,58% em julho de 2025, superando o desempenho de junho, de 0,45%. Com isso, a valorização acumulada no ano chegou a 3,93% e, nos últimos 12 meses, os preços subiram 7,31%, conforme dados do Índice FipeZAP.

O avanço superou a inflação oficial do período, estimada em 5,30% pelo IPCA do IBGE e ao IGP-M, o chamado índice do aluguel, que acumulou 2,96%.

A valorização média mais acentuada no mês foi observada em imóveis com três dormitórios, que subiu 0,69%, enquanto unidades com quatro ou mais dormitórios tiveram a menor variação, de 0,36%. Entretanto, no recorte anual, os imóveis de um dormitório continuam liderando com alta de 8,54%, reforçando o apetite por unidades menores nas grandes cidades.

Vitória, Salvador e João Pessoa despontam entre as capitais com maior valorização nos últimos 12 meses, com altas de 23,90%, 19,27% e 17,03%, respectivamente. Já Brasília, com alta de 2,06%, e Goiânia, com 3,39%, tiveram os desempenhos mais discretos.

O preço médio de venda no país atingiu R$ 9.375 por metro quadrado em julho. Capitais como Vitória, que chegou a R$ 14.031 por metro quadrado, Florianópolis (R$ 12.420/m²) e São Paulo (R$ 11.671/m²) lideram o ranking das mais caras.

Já Aracaju (R$ 5.179/m²), Teresina (R$ 5.664/m²) e Natal (R$ 5.944/m²) registram os menores valores por metro quadrado.

Aluguéis desaceleram

Na outra ponta do mercado, os preços de locação residencial também seguem em alta, embora com sinais claros de desaceleração. O avanço de 0,51% em junho ficou abaixo dos meses anteriores, mas acumulou 5,66% no primeiro semestre, ficando bem acima da inflação do período (de 2,99% medida pelo IPCA) e em contraste com a deflação de 0,94% do IGP-M, índice tradicionalmente associado aos contratos de aluguel.

No recorte de 12 meses, os aluguéis avançaram 11,02%, puxados principalmente pelas unidades de um dormitório, que tiveram alta de 11,91%. Cidades como Belém (+19,85%), Porto Alegre (+18,75%) e Fortaleza (+16,84%) lideram os aumentos. A exceção entre as capitais é Brasília, que registrou recuo de 1,54% no período.

Mesmo com a perda de fôlego, o mercado de locação ainda pressiona o orçamento das famílias nas grandes cidades, especialmente onde a oferta de imóveis segue restrita.

Aluguel vale a pena para investidor?

A rentabilidade bruta média com aluguel está em 5,93% ao ano, inferior a aplicações de renda fixa, de acordo com levantamento da FipeZap. No entanto, cidades como Manaus (8,44%), Belém (8,34%) e Recife (8,30%) se destacam como oportunidades, especialmente com imóveis compactos. Já Vitória (4,13%), Curitiba (4,55%) e Fortaleza (4,72%) apresentam menor retorno, exigindo maior atenção aos custos de manutenção e vacância.

O preço médio nacional de aluguel atingiu R$ 49,23 por metro quadrado em junho, com destaque para imóveis de um dormitório, que chegaram a R$ 66,48 o metro. São Paulo lidera o ranking nacional, com o valor de R$ 61,32 por metro quadrado, seguida por Belém e Recife.

Perspectivas

O segundo semestre deve manter a trajetória de alta moderada nos preços, tanto para compra quanto para locação. A valorização segue sustentada pela demanda por unidades menores, localizadas e com infraestrutura de serviços. Para os investidores, o cenário ainda exige cautela: a rentabilidade da locação pode perder atratividade frente a outros ativos se os juros continuarem elevados.

No entanto, com a possibilidade de cortes na Selic, o mercado pode voltar a ganhar força, especialmente em cidades com alta demanda e boa liquidez.


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