Prefeitura do Rio quer construção de residencial em terreno desapropriado ao lado da Escadaria Selarón
em Diário do Rio, 26/agosto
Por estar no entorno de áreas tombadas, a construção terá gabarito escalonado. Município espera que o empreendimento funcione como uma âncora para atrair negócios e atividades culturais.
O grande terreno murado que ocupa a esquina das ruas Teotônio Regadas e Joaquim Silva, colado à Escadaria Selarón, na Lapa, já tem destino definido. Desapropriado pela Prefeitura do Rio na semana passada, o espaço de 3,3 mil metros quadrados, que por anos funcionou como estacionamento e estava no mercado por mais de R$ 50 milhões, será leiloado para a construção de um edifício residencial com fachada ativa — exigência do novo Plano Diretor. A desapropriação foi dada em primeira mão pelo DIÁRIO DO RIO.
O Decreto justifica a medida pelo “interesse na requalificação da área central (…) mediante reativação econômica, estímulo à moradia, valorização da ambiência urbana e preservação da memória histórica”. Segundo a secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento, o edital com as regras do leilão deve ser divulgado em até 30 dias. Entre as condições, além das unidades residenciais, o projeto terá de incluir lojas no térreo e uma praça de acesso à própria Selarón.
Por estar no entorno de áreas tombadas, a construção terá gabarito escalonado. O trecho mais próximo da escadaria ficará limitado a três pavimentos, enquanto as áreas mais afastadas poderão chegar a dez. A prefeitura espera que o empreendimento funcione como uma âncora para atrair negócios e atividades culturais para o entorno da escadaria mais famosa do Rio.
O terreno pertence a uma empresária chinesa que recusou propostas de diversas construtoras ao longo dos anos. Agora, o jogo muda. O mercado imobiliário tem dado sinais de apetite na Região Central, especialmente em áreas ligadas ao turistimo do município. Prova disso foi o sucesso do SalRio, lançado junto à Pedra do Sal, que esgotou quase todas as unidades no dia da abertura de vendas. E, mais recentemente, o Áureos, no antigo prédio das Docas, na Rua do Acre, que queimou mais de 150 apartamentos logo no pré-lançamento.
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