Qual construtora vai se dar bem com novo crédito imobiliário anunciado pelo governo?
em InfoMoney / Mercado Imobiliário, 13/outubro
Modelo promete ampliar crédito e favorecer construtoras de média e alta renda, enquanto bancos avaliam adesão ao novo sistema.
A Cyrela (CYRE3) e a Eztec (EZTC3) já podem se preparar para abocanhar boa parte da fatia do novo crédito imobiliário anunciado pelo governo na última sexta-feira (10). É que o modelo deve abrir espaço para uma retomada no mercado de construção de média e alta renda, segundo análises do Goldman Sachs e do Bradesco BBI.
A proposta reformula o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que é a principal fonte de financiamento para esse segmento, e promete dar mais liberdade aos bancos no uso dos recursos da poupança.
Entre as mudanças, está o aumento do teto de valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A Caixa Econômica Federal também ampliou o limite de financiamento, conhecido como LTV (sigla em inglês para loan-to-value), de 70% para 80%. A ideia é permitir que mais famílias acessem o crédito habitacional e estimulem o setor de construção civil.
Atualmente, os bancos precisam direcionar 65% dos depósitos da poupança para o crédito imobiliário, 20% vão para o compulsório do Banco Central e 15% podem ser usados livremente. Com a mudança, 100% dos recursos poderão ser aplicados, desde que as instituições originem novos financiamentos. A implementação será gradual, com adoção completa prevista para 2027.
Para o Goldman Sachs, a medida tende a favorecer empresas como Cyrela e Eztec, que têm foco em empreendimentos de média e alta renda. O banco americano, porém, diz que o sucesso da proposta depende da adesão das instituições financeiras, ainda vista como incerta. O SBPE enfrenta saques recorrentes, resultado da diferença entre a rentabilidade da poupança e a taxa básica de juros (Selic).
Ver online: InfoMoney / Mercado Imobiliário