Aumento de velocidade vendas é foco da Direcional e nova faixa do MCMV deve ajudar

A prioridade da Direcional neste ano é avançar na velocidade de venda. Em teleconferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre, nesta terça-feira (13), o presidente da incorporadora, Ricardo Gontijo, explicou que ter vendas mais rápidas faz com que a empresa tenha que alocar menos do seu capital nos projetos, para financiar a construção. “Estamos com custo de capital muito alto”, disse.

O custo para construir está sob controle, de acordo com ele, mas há dificuldade para obter a mão de obra necessária, em São Paulo e em Belo Horizonte, o que soma cerca de 40% da produção da companhia. Insumos de obra, por outro lado, tiveram até redução de custo no período.

A velocidade de venda da Direcional, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO) ficou em 23% no primeiro trimestre, alta de 2 pontos percentuais sobre o mesmo período de 2024. Segundo Gontijo, a empresa não tem flexibilizado sua política de vendas, mas investido mais em treinamento e contratação de profissionais da equipe de comercialização.

Um incentivo importante para o aumento de velocidade de venda da Direcional é a criação na nova faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), para rendas de até R$ 12 mil, com imóvel de até R$ 500 mil.

A Direcional atua com as marcas Direcional e Riva. Na Direcional, todos os produtos já se enquadravam no MCMV, mas a Riva atuava fora do programa. De acordo com Gontijo, a parcela de produtos que se enquadram na faixa 4, da Riva, terminou março em 74%. “A prioridade é VSO e atender famílias novas que entram no mercado, que antes não tinham condições de compra com o SBPE [sistema baseado em poupança, fora do MCMV]”, disse, acrescentando que analistas não devem esperar incremento de margem por causa do faixa 4, já que ganhos serão revertidos em velocidade de venda.

A margem bruta ajustada da Direcional ficou em 41,5% no trimestre, alta de 4,2 pontos em um ano. É um patamar que a companhia considera alto e que não deve se manter no longo prazo, de acordo com Gontijo. Segundo o diretor financeiro Paulo Sousa, porém, não há mudanças no curto prazo.

Nesta terça, a Direcional comunicou ao mercado a liquidação da venda de 7,55% de participação na Riva, para fundo da gestora Riza, em operação anunciada no final do ano passado. A gestora ainda pode chegar a até 15% de participação.