Bônus do ‘Reviver Centro’ renova o mercado carioca
em O Globo / Morar Bem, 20/julho
Potencial construtivo previsto no programa permite a quem constrói na região central vantagens para incorporar em bairros mais demandados da cidade.
Potencial construtivo: essas duas palavras e o conceito por trás delas estão revolucionando o mercado imobiliário carioca. A expressão refere-se à metragem máxima de área que pode ser construída em um terreno, de acordo com as leis e os regulamentos urbanísticos municipais. Traduzindo: determina o limite de construção permitido em termos de área total do projeto, número de andares e outros critérios.
No Rio, o potencial construtivo é um dos pilares do programa municipal Reviver Centro, que permite uma operação integrada: quem constrói ou reforma imóveis no Centro recebe uma espécie de bônus para incorporar em outros bairros da cidade: Copacabana, Ipanema, Botafogo, Lagoa, Glória, Barra da Tijuca, Tijuca, Taquara e alguns na Zona Norte.
Nessas regiões, quem usa a operação interligada pode ampliar o gabarito de oito a 12 pavimentos. Cabe ao incorporador decidir se usa o bônus ou se o vende total ou parcialmente, obtendo uma renda adicional. Na opinião do presidente do Sinduscon-RJ, Claudio Hermolin, esse instrumento foi fundamental para o sucesso do Reviver Centro:
— Esse bônus foi um diferencial em relação a diversas outras tentativas de revitalização da área central que não tiveram sucesso. E é bom para todo mundo: ganha quem teve coragem de investir em um projeto residencial no Centro, o empreendedor, que tem a oportunidade de fazer um projeto maior e melhor em áreas receptoras, e a cidade que revitaliza sua área central e impulsiona o mercado imobiliário e a indústria da construção civil, utilizando recursos da iniciativa privada — destaca.
Ao perceber as múltiplas possibilidades da operação interligada, as incorporadoras foram rapidamente à luta. A Inti, que desenvolve o Ora, retrofit do antigo prédio da Mesbla, no Passeio Público, está usando parte do bô- nus em quatro empreendimentos na Zona Sul: três em Ipanema e um em Copacabana. E não vai parar por aí.
— Teremos outro empreendimento no Centro, que já está fechado, e que vai gerar mais potencial. Somado ao bônus que ainda não usamos do Ora, vamos ficar como caixa para novos projetos — comemora o sócio-diretor da incorporadora, André Kiffer.
Viabilidade
A RJDI Desenvolvedora usou o potencial construtivo para aumentar a quantidade de andares em prédios residenciais da coleção Soul Rio, também na Zona Sul, voltada para imóveis compactos. Na avaliação do sócio da empresa Jomar Monnerat, a operação interligada permitiu, por exemplo, novos lançamentos em Copacabana.
—Esse processo viabiliza o desenvolvimento imobiliário nas regiões em que os terrenos são caros. Copacabana, por exemplo, ficou anos sem produção imobiliária significativa e, mais recentemente, tem sido um dos principais bairros de lançamentos na Zona Sul, graças a essa iniciativa — ressalta Monnerat.
A Balassiano Engenharia, por sua vez, está usando o bônus da operação interligada na construção de um prédio corporativo, em Ipanema e no desenvolvimento de um residencial com 160 estúdios que será lançado em setembro, no Arpoador.
— O programa Reviver Centro foi pensado para incentivar o desenvolvimento de diversos bairros da cidade, permitindo que nesses locais seja construída uma área maior do que a prevista no Plano Diretor. A iniciativa ajuda a viabilizar empreendimentos que não seriam viáveis economicamente sem esse adicional — diz o diretor Thiago Balassiano AAzo também está prestes a lançar um novo residencial de estúdios, em Ipanema, já incorporando os benefícios do Reviver Centro, que permitiram o acréscimo de quatro pavimentos e da cobertura.
—Estamos colhendo os frutos da aposta na revitalização do Centro, especialmente por meio da transformação do Edifício A Noite. Nosso objetivo é continuar agregando esse benefício urbanístico a nossos futuros lançamentos na Zona Sul — informa a superintendente de Incorporação, Laura Parizi.
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