Incorporadoras usam bônus do ‘Reviver Centro’ para dinamizar mercado imobiliário da Zona Sul

em Diário do Rio, 22/julho

Reviver Centro permite a realização de uma operação integrada. Nela, o construtor ou reformador de imóveis da região recebe uma espécie de bônus para construir em outros bairros da cidade.

O mercado imobiliário carioca passa por significativas transformações encabeçadas pelo potencial construtivo: limite de construção permitido a partir de parâmetros, como a área total do projeto e acréscimo no número de andares do empreendimento imobiliário. O instrumento é um dos pilares do Reviver Centro; programa municipal que permite uma operação integrada, por meio da qual o construtor ou reformador de imóveis na região central recebe uma espécie de bônus para incorporar em outros bairros da cidade, tais como: Copacabana, Ipanema, Botafogo, Lagoa, Glória, Barra da Tijuca, Tijuca, Taquara e alguns na Zona Norte.

Pelos critérios da Prefeitura, o usuário da operação interligada conta com a possibilidade de ampliação do gabarito de oito a 12 andares. A Prefeitura também permite ao incorporador usar o bônus ou vendê-lo total ou parcialmente, gerando uma renda adicional. A bonificação, segundo o presidente do Sinduscon-RJ, Claudio Hermolin, foi uma estratégia crucial para o sucesso do Reviver Centro:

“Esse bônus foi um diferencial em relação a diversas outras tentativas de revitalização da área central que não tiveram sucesso. E é bom para todo mundo: ganha quem teve coragem de investir em um projeto residencial no Centro; o empreendedor, que tem a oportunidade de fazer um projeto maior e melhor em áreas receptoras; e a cidade que revitaliza sua área central e impulsiona o mercado imobiliário e a indústria da construção civil, utilizando recursos da iniciativa privada”, diz Hermolim, segundo o jornal O Globo.

Diante das potencialidades da operação interligada, as incorporadoras deram início a atuações especializadas no mercado. Caso da Inti, que está à frente do retrofit do Ora, antigo prédio da Mesbla, localizado no Passeio Público. A empresa tem usado parte do bônus em três construções em Ipanema e um em Copacabana, com claro potencial da ampliação, como destaca o sócio-diretor da empresa, André Kiffer.

“Teremos outro empreendimento no Centro, que já está fechado, e que vai gerar mais potencial. Somado ao bônus que ainda não usamos do Ora, vamos ficar como caixa para novos projetos”, adianta o executivo, ainda segundo o veículo.

Especializada em imóveis compactos, a RJDI Desenvolvedora usou o potencial construtivo para fazer acréscimos no número de andares nos prédios residenciais da coleção Soul Rio, na Zona Sul carioca. A operação interligada, de acordo com o sócio da empresa Jomar Monnerat, permitiu realizar lançamentos em Copacabana.

“Esse processo viabiliza o desenvolvimento imobiliário nas regiões em que os terrenos são caros. Copacabana, por exemplo, ficou anos sem produção imobiliária significativa e, mais recentemente, tem sido um dos principais bairros de lançamentos na Zona Sul, graças a essa iniciativa”, esclarece Jomar, como reportou o jornal.

O bônus também sendo usado pela Balassiano Engenharia na construção de um prédio corporativo, em Ipanema. A empresa trabalha ainda na construção de um residencial com 160 estúdios, que será lançado em setembro, no Arpoador.

“O programa Reviver Centro foi pensado para incentivar o desenvolvimento de diversos bairros da cidade, permitindo que nesses locais seja construída uma área maior do que a prevista no Plano Diretor. A iniciativa ajuda a viabilizar empreendimentos que não seriam viáveis economicamente sem esse adicional,” ressalta o diretor Thiago Balassiano, que também se beneficiará do Reviver Centro para lançar um novo residencial de estúdios, em Ipanema, que contará com adição de quatro pavimentos e da cobertura.

Sobre a aposta no programa Reviver Centro, a superintendente de Incorporação da Azo, Laura Parizi, afirma: “Estamos colhendo os frutos da aposta na revitalização do Centro, especialmente por meio da transformação do Edifício A Noite. Nosso objetivo é continuar agregando esse benefício urbanístico a nossos futuros lançamentos na Zona Sul”.


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