Demanda aquecida e bons preços retomam ocupação de escritórios do Centro
em Diário do Rio, 25/abril
Na região, a maior locação corporativa do ano foi feita pelo Governo do Estado: 16,8 mil m² no edifício Presidente Business Center, na Cidade Nova; e 28.000m² serão ocupados pela hotelaria.
Quase nenhum lançamento previsto no segmento corporativo e a alta demanda, impulsionada por empresas dos setores público e de hotelaria: ingredientes que – junto com os preços convidativos – fazem o mercado de escritórios carioca apresentar novamente uma queda na sua taxa de vacância. Também se credita a melhora na ocupação ao gradual fim do ‘home office’, decretado mundialmente por empresas que vão do Google ao JP Morgan, e até a Petrobras fez este anúncio.
A disponibilidade de escritórios na cidade do Rio de Janeiro apresentou uma retração de um ponto, passando de 25% para 24%, nos três primeiros meses de 2025, segundo a imobiliária Colliers, uma empresa internacional de serviços imobiliários. Os números da empresa se assemelham aos da Sérgio Castro Imóveis, que cita 22% de vacância no semestre, levando em conta edifícios de padrão mais alto.
Lúcio Pinheiro, da Sérgio Castro, cita também a recente venda de edifícios de alto padrão para a rede hoteleira. Um grande prédio na Avenida Presidente Vargas, com 20.000m2, e outro na rua do Ouvidor, com cerca de 8.000m2, foram recentemente retirados do mercado corporativo e serão ocupados pela hotelaria, que vem dando bons resultados no Centro do Rio. “São 28.000m2 ocupados por hotéis, e assim retirados do mercado. É uma absorção enorme”, explica.
Um levantamento realizado pela consultoria JLL – outra estrangeira especializada em áreas corporativas, por sua vez, aponta uma taxa de vacância de 29,4%; a menor registrada na última década e a primeira vez abaixo de 30%. No fim de 2021, a taxa bateu 38,1%, segundo os critérios da JLL.
As oscilações do segmento corporativo na região central também abrangem aumento do número de locações de 8,5 mil metros quadrados, já deduzidas as lajes devolvidas, segundo pesquisa da Colliers. E isso não leva em conta os 28.000m2 vendidos para o ocupação hoteleira pela Sérgio Castro.
A Cidade Nova, localizada nas imediações do Centro, foi seria a localidade com o maior saldo positivo do trimestre, somando 4,3 mil m². Os dados, mesmos em contar os 28.000m2 que serão ocupados por hotéis, colocam o Centro do capital como um lugar de destaque, na avaliação da CEO da Colliers, Paula Casarini.
“Esse movimento já era aguardado pelo mercado, considerando a baixa oferta em outras regiões. A tendência é que a ocupação dessa área se intensifique a partir deste ano, tendo em vista a qualidade do inventário construído, a infraestrutura e as vias de acesso, que a tornam uma escolha viável e atrativa”, afirmou a executiva, conforme reportou o jornal O Globo. Pinheiro adiciona: “o Centro tem o melhor custo beneficio, de longe. Temos andares de 400m2 em edifício inteligente, com vista, galerias de loja no térreo, vista deslumbrante, terraço pra descompressão por valores imbatíveis”.
Em um ano, de acordo com a JLL, sete edifícios cariocas apresentaram disponibilidade acima de 10 mil m² – padrão para grandes lajes, o que indica que grandes companhias, atualmente, contam poucos espaços para ocupação.
No contexto imobiliário da cidade, o Centro é a região que concentra a maior quantidade de lajes com essas dimensões disponíveis. Ao todo, o bairro ainda conta com 14 prédios com tais dimensões liberadas.
Pelos critérios da Colliers, na região descrita como Orla, que abrange Flamengo, Botafogo e Glória, a taxa de vacância é de menos de 7%, indicando um saldo positivo nas locações de 860 m². Na Zona Oeste, a Barra da Tijuca apresentou saldo positivo de 1,9 mil m².
Segundo a Sérgio Castro, para este ano se espera o lançamento do Edifício Aliança da Bahia, na avenida Graça Aranha, um lindo exemplar do modernismo brasileiro com fachada toda em mármore travertino, localização brilhante e ótima infraestrutura, uma obra da Construtora Internacional que visará apenas a locação das unidades.
O setor público, na prospecção da JLL, concentrou 74% das absorções dos escritórios de alto padrão do Rio, no trimestre. A maior locação corporativa do ano foi feita pelo Governo do Estado: 16,8 mil m² no edifício Presidente Business Center, na Cidade Nova. Os números da JLL não levam em conta os 28.000m2 que passaram à rede hoteleira, que, segundo a Sérgio Castro, é a maior negociação do semestre na região.
Segundo dados da Sérgio Castro, porém, os edifícios de escritórios do Centro construídos antes da década de 90 continuam com alta vacância, que beira os 50%. Pinheiro explica que os clientes têm ocupado estes prédios quando estão com aparência de boa administração e se localizados nas imediações da Praça XV e do Terminal Menezes Côrtes.
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