Fachadas ativas em projetos residenciais aceleram as vendas

em Extra, 20/abril

Modelo prevê a inclusão de lojas no térreo dos empreendimentos e garante conforto e praticidade para o morador e bons negócios para o comerciante.

A ocupação da fachada com lojas nos condomínios residenciais chegou com tudo em empreendimentos do segmento econômico. Da Zona Norte à Baixada Fluminense, os projetos passaram a contemplar a chamada “fachada ativa”, que reúne uma variedade de comércio no andar térreo. A ideia é oferecer conforto e praticidade não só para os moradores, mas também para a população que circula no entorno dos edifícios.

A MP Construtora aposta no modelo desde 2020 e já lançou seis projetos com fachada ativa. Lastreada por pesquisas de mercado feitas antes dos lançamentos, a empresa incentiva um mix de lojas nos térreos, como farmácias, mercadinhos, hortifrúti, lanchonetes, lavanderias e pet shop.

— A localização do empreendimento e o perfil dos moradores devem ser levados em conta para a empresa decidir se adota ou não a fachada ativa. Ruas movimentadas e com grande fluxo de pedestres tornam o modelo mais eficiente. É importante ainda consultar a legislação, pois pode haver restrições de uso comercial em determinados locais — diz Silani Ferraz, gerente de Produto e Legalização da MP Construtora.

Os projetos da construtora mantêm as unidades bem distantes do térreo, para evitar que o barulho da movimentação incomode os moradores. Os andares residenciais, em geral, ficam acima dos pavimentos de garagem, e os acessos a áreas comerciais e residenciais são separados, garantindo mais segurança e tranquilidade para todos.

Gerente Comercial da CTV, Bruno Camargo lembra que a fachada ativa também gera impacto social, gerando emprego e renda para a população que vive nas proximidades do empreendimento. Além de prática para o morador, a iniciativa é vantajosa para o lojista, que tem demanda garantida.

O histórico de projetos com fachadas ativas da construtora reúne o Match Residencial, na Vila da Penha (três lojas e 54 unidades residenciais), o Nobel, em Irajá (sete lojas e 168 apartamentos), e o Sal Rio Residencial, primeiro retrofit do Porto Maravilha, na Pedra do Sal, que terá sete lojas e 186 residências.

Camargo diz que esse conceito atrai mais compradores e aumenta a velocidade de venda das unidades. Os próximos lançamentos da construtora, no Centro e na Zona Norte, também terão fachada ativa.

— É importante ter servi- ços na porta de casa que vão apoiar a rotina dos moradores. Isso traz comodidade e conveniência. Sempre levamos em conta a natureza de lojas, serviços e produtos, para evitar dois tipos de comércio com ofertas similares — diz ele, acrescentando que os mais comuns são salão de beleza, pet shop, padaria, farmácia e hortifrúti.

A Jeronimo da Veiga também leva em conta localidades em bairros movimentados para incluir fachadas ativas nos empreendimentos. O objetivo é integrar o residencial à vida da região, oferecendo serviços não apenas para os moradores, mas também para a vizinhança. O Samba Residencial, no bairro do Grajaú, foi o primeiro projeto da construtora a contar com essa proposta. São 288 unidades voltadas para o público da faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida, com valores a partir de R$ 350 mil.

O diretor comercial da Jeronimo da Veiga, Maurício Corrêa, diz que oficinas, lojas de tintas ou de materiais de construção devem ser evitadas por não gerar uso no dia a dia e reforça a influência direta da localização na decisão da construtora de oferecer fachada ativa. Em locais com pouca circulação de pessoas, o modelo não se justifica, afirma.

— Além de oferecer serviços próximo à residência, o conceito contribui para valorizar o bairro e promover o bem-estar dos moradores sem comprometer o conforto — afirma Corrêa.

Bairro planejado na Baixada terá minimall

A fachada ativa do Central Park Riviera, em Duque de Caxias, terá 67 lojas

No Central Park, em Duque de Caxias, a Riveira Construções optou por construir um minimall para dar suporte aos moradores por meio da oferta de comércios e serviços. Esse é o primeiro projeto de fachada ativa da construtora e terá 67 lojas, 56 vagas de estacionamento e 39 salas comerciais. A ideia é oferecer um mix com restaurante, padaria, farmácia e outras opções de conveniência que facilitem o dia a dia de quem passar pelo local.

— Para o minimall do Central Park Riviera, estamos estudando quais serviços e comércios são mais demandados pelos moradores do bairro planejado para incluir de imediato no empreendimento. Depois, à medida que o bairro estiver ainda mais consolidado, vamos ampliando o mix de ofertas — conta Jamille Dias, consultora de Vendas e Marketing da Riviera.

O Central Park foi apresentado ao mercado em 2018 com o modelo de bairro planejado. Até o momento, três fases foram colocadas à venda, e cada condomínio tem 480 apartamentos. Jamille diz que a fachada ativa é um grande apelo para as vendas, mas destaca que não incomodar os moradores com o barulho é um dos grandes desafios desse modelo, que exige uma boa gestão do espaço e regras claras de convivência.

— Nossos clientes consideram o minimall do Central Park Riviera um grande benefício do projeto e que justifica a aquisição do imóvel, pois aumenta as possibilidades de valorização futura.


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