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Teresópolis ganha complexo enoturístico com residencial de luxo
em Valor Econômico / Imóveis de Valor, 23/maio
Entrevista | Marcelo Maturano, sócio da Vinícola Maturano
A produção de vinho foi o ponto de partida para o projeto de um complexo enoturístico em Teresópolis: a Vinícola Maturano, localizada na altura do Km 26,5 da RJ-130, conhecida como Terê-Fri, na Região Serrana do Rio. A propriedade de cerca de três milhões de metros quadrados é formada por três terrenos distintos que abrigarão — além de um residencial de alto padrão com 206 lotes — uma vinícola, um restaurante e um wine bar, com inauguração prevista para outubro deste ano. Em outra fase, o projeto contemplará um hotel, um espaço dedicado a cafés e gelatos artesanais e ambientes privativos para eventos corporativos e celebrações familiares. Está previsto ainda um heliporto com estacionamento para cinco aeronaves.
Além da equipe de profissionais que trabalha em ritmo frenético, a vinícola conta com a assessoria da enóloga Mônica Rossetti, que fez os vinhos da Copa 2014 e da Olimpíada 2016; e do consultor agrônomo Frederico Novelli, com experiência na França, na Espanha, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos. À frente do projeto, estão o casal Marcelo e Fernanda Maturano e a filha Manuela.
Como será o residencial da Vinícola Maturano?
Marcelo Maturano — O condomínio Residencial Videiras terá 206 lotes para construção de casas e 14 mil metros quadrados de áreas de lazer aberta e fechada, com quatro quadras esportivas (tênis, beach tennis, pickleball e poliesportiva), piscina com raia semiolímpica, dois espaços gourmet e pomar de frente para o Rio dos Frades. Vamos apresentar como sugestão quatro projetos de casas de alto padrão, dos arquitetos Andrigo Demari e Daniel Palavro — que também assinam as demais áreas do complexo —, mas cada proprietário terá liberdade para criar o próprio projeto. Os terrenos têm de 450 a 1,2 mil metros quadrados. A previsão de entrega é estimada em 30 meses.
Quais são os diferenciais do hotel do complexo?
O hotel terá 61 quartos — sendo 13 lofts à beira do rio e 48 unidades conectadas à vinícola por uma cave subterrânea com capacidade para armazenar um milhão de garrafas. A infraestrutura turística ainda prevê um restaurante especializado em parrilla e um wine-bar.
Como nasceu a ideia de fazer a vinícola?
Sempre fui apaixonado por vinhos e, quando voltei de um período nos Estados Unidos, decidi realizar o sonho de ter uma vinícola. Em 2020, adquirimos essa terra já com intenção de construir um complexo enoturístico. Tivemos que comprar três terrenos vizinhos para formar a área exigida pelo projeto. Ao todo, são cerca de 300 hectares, o equivalente a três milhões de metros quadrados.
Quais variedades são cultivadas e quantas videiras já foram plantadas?
São 116 mil videiras, considerando as seis uvas cultivadas: Cabernet Frank, Syrah, Malbec, Chardonnay, Merlot e Sauvignon Blanc, além de outras 11 variedades em teste. As videiras mais velhas têm três anos. A colheita e a seleção são 100% manuais.
A expectativa é produzir quantas garrafas por ano?
A capacidade futura é de 320 mil garrafas anuais. Em 2024, a produção foi de 40 mil garrafas; neste ano, a estimativa é produzir entre 80 mil e cem mil. A primeira safra foi de Cabernet Franc e Syrah (tintos), blend de Cabernet Franc e Syrah (rosê) e Sauvignon Blanc (branco). Ao todo, teremos 63 tanques de inox, de 500 a 15 mil litros, para fermentação e afinamento.
Vocês fazem dupla poda por ano nas videiras. Qual é o objetivo?
O objetivo é fugir das chuvas do verão, que são fortes na Região Sudeste, e inverter o ciclo para produzir no inverno. Assim, temos dias ensolarados praticamente sem chuva no ciclo e conseguimos um vinho com tanino apurado e brix alto (concentração de açúcares). A exceção é a Chardonnay para produção de espumante, que é colhida no verão e terá um brix mais baixo, porque é um vinho de 12% de teor alcoólico e acidez alta para formar um espumante bem equilibrado. A Chardonnay é a única uva que nos possibilita a produção no ciclo verão.
Procede a informação de que a vinícola terá em breve uma uva própria?
Sim, a uva Maturano, que vamos trazer para a vinícola por meio de uma parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro Rio). É uma uva da região de Lazio, na Itália, que foi cultivada por monges beneditinos por mais de 500 anos e catalogada apenas na década passada em um programa para reconhecimento de castas nativas italianas.
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