BC planeja transição de dez anos para novo modelo de financiamento imobiliário

em Portal Loft, 15/agosto

BC planeja transição de dez anos para novo modelo de financiamento imobiliário. Bradesco descarta taxa de financiamento imobiliário de um dígito em 2026. Cyrela tem recuo de 6% no lucro do 2º tri, mas segmento econômico ganha destaque na companhia.

O Banco Central (BC) confirmou que a implementação de um novo modelo de financiamento imobiliário deve respeitar uma transição de, no mínimo, dez anos. Durante um evento em São Paulo, o diretor de regulação da instituição, Gilneu Vivan, afirmou que “não existe mágica nesse processo, nem cavalo de pau”.

A proposta será discutida na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no fim deste mês. As discussões ganharam força devido à redução da importância da poupança no funding imobiliário, com diversos atores procurando o BC para discutir soluções.

Vivan esclareceu que o novo modelo não eliminará o uso de recursos da poupança nem acabará com o direcionamento. “O que estamos propondo é olhar de outra forma o direcionamento, ao invés de direcionar olhando para saldo, discutir olhando para concessão”, explicou.

O BC descartou a imposição da substituição da Taxa Referencial (TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no financiamento imobiliário. “Não existe a ideia de que isso possa ser imposto”, disse Vivan.

Ainda neste cenário, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ganharam protagonismo no funding. Participando do mesmo evento, o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandro Gamba, defendeu que “a LCI muda o ponteiro da precificação do crédito imobiliário”.

O prazo de liquidez das LCIs está em seis meses, após ter chegado a um ano em 2024. Romero Albuquerque, do Bradesco, alertou que o aumento de 5% no imposto das LCIs pode impactar em 0,8% no custo adicional do crédito.

O volume financeiro do setor imobiliário no mercado de capitais cresceu 5% no primeiro semestre, saindo de R649 bilhões para RS 681 bilhões, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Gamba ressaltou que o país vive “um novo ciclo imobiliário com dinâmicas diferentes que exigem reflexão, revisão e readequação do modelo”. Para ele, “a poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pilares históricos do financiamento habitacional, seguem relevantes, mas não serão suficientes para nos levar a uma participação superior à relação atual de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)”.


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