Cyrela (CYRE3) 2T25: dados operacionais seguem em patamares competitivos, com segmento econômico ganhando espaço no consolidado

em BB / Investalk, 15/agosto

A Cyrela lançou 17 empreendimentos no 2T25, totalizando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2,99 bilhões no período (% da companhia, +178% a/a, -17,2% t/t), com uma composição consolidada de lançamentos em 2025 de 75% em São Paulo e 12% no Rio de Janeiro. Houve uma redução de 63% para 54% dos empreendimentos lançados no segmento de alto padrão, ampliando a representatividade de empreendimentos enquadrados nas faixas 2 e 3 do programa Minha Casa Minha Vida e de médio padrão dentro de seu mix. As vendas líquidas chegaram a R$ 2,37 bilhões no trimestre (% companhia, +36% a/a, -1% t/t), e apresentaram uma divisão ainda mais voltada para os segmentos econômico (34%) e médio (24%), com o volume de alto padrão ficando com os 42% restantes (52% ao final de 2024). Esse conjunto confirma a expectativa de um apetite mais pujante por imóveis econômicos, em um momento em que as taxas de juros de mercado para o financiamento imobiliário alcançaram as máximas dos últimos anos. O indicador de vendas sobre oferta (VSO) atingiu 52,3% nos últimos 12 meses, com pequenas variações nas bases de comparação (-0,3 p.p. a/a, -0,3 p.p. t/t), e apoiado pela adaptação de mix, permanecendo em um nível elevado em relação às demais companhias listadas com foco em empreendimentos de médio e alto padrão. Já a linha de resultado a apropriar, relativa a vendas já realizadas e que serão reconhecidas nos números da companhia de acordo com a evolução das obras, atingiu R$ 3,57 bilhões (+35% a/a, +4% t/t), com uma margem bruta a apropriar estável nas bases de comparação aos 36,3%.

O banco de terrenos da Cyrela apresentou 9 aquisições localizados na cidade de São Paulo e uma venda no Rio de Janeiro, atingindo um VGV potencial de R$ 18,5 bilhões (% companhia, +58% a/a, +8% t/t). Com uma aceleração de lançamentos econômicos e de médio padrão, o landbank atual voltado para o alto padrão avançou em representatividade, saindo de 72,6% para 76,2% na comparação trimestral.

A receita líquida atingiu R$ 2,1 bilhões no 2T25 (+13,5% a/a, +8% t/t), e o lucro bruto chegou a R$ 690 milhões (+13% a/a, +9% t/t), contando com um movimento misto na margem bruta aos 32,7% (-0,1 p.p. a/a, +0,3 p.p. t/t). As despesas com vendas, gerais e administrativas atingiram R$ 353 milhões no trimestre, aumento na base anual acompanhando o crescimento da companhia no período, mas estável na base trimestral em relação à receita líquida, aos 16,8% (+2,9 p.p. a/a). Já o resultado financeiro consolidado registrou alta aos R$ +66 milhões, com incremento decorrente das operações do braço financeiro do grupo, a CashMe. Assim, o lucro líquido foi de R$ 388 milhões no trimestre (-6% a/a, +18% t/t), contando com uma margem líquida de 18,4% no período (-3,8 p.p. a/a, +1,6 p.p. t/t).

Ticker CYRE3
Recomendação Compra
Preço-alvo 31-dez-2025 R$ 31,00
Preço em 14-ago-2025 R$ 25,19
Potencial de Valorização 23,06%
Variação 30 dias -1.29%
Variação em 2025 55,11%
Variação 12 meses 21,55%
Mínimo 12 meses R$ 15,44
Máximo 12 meses R$ 27,02

A dívida líquida ajustada da companhia avançou para R$ 1,3 bilhão (+43% a/a, +64% t/t), em função de captações de R$ 700 milhões longo do trimestre com vencimento entre 2029 e 2032, e remunerações entre 96% e 97% CDI, e IPCA+7,7% a.a, levando a relação dívida líquida pelo patrimônio líquido para 12,7% ao final do 2T25 (+3,6 p.p. a/a., +3,4% t/t). Além disso, o crescimento da dívida bruta deriva também de um consumo de caixa de R$ 392 milhões no trimestre, em razão principalmente de aquisições de terrenos para incremento de landbank. Apesar do avanço da estrutura de endividamento, entendemos que a companhia tem conseguido condições competitivas de rolagem de dívida, mantendo um volume de disponibilidades financeiras para horar com os vencimentos dos próximos 5 anos, sem pressionar o caixa da Cyrela.

Desempenho da Ação. As ações CYRE3 avançam 55% em 2025 até ontem (15), ajudando na performance do principal índice setorial imobiliário (IMOB), que sobe 46% no período. Acreditamos que a companhia tenda a se beneficiar de um movimento de afrouxamento monetário doméstico no médio prazo, que poderia voltar a acelerar a demanda por produtos de alto padrão, que são o principal foco histórico da Cyrela. Enquanto isso não acontece, a companhia tem demonstrado uma flexibilidade no mix de lançamentos, colocando produtos que apresentam uma demanda melhor no momento (econômico e médio padrão), o que permite a manutenção de uma velocidade de vendas resiliente mesmo em um cenário de juros domésticos elevados. Além disso, a Cyrela tem entregado margens em níveis estáveis, contando com evolução nos resultados a apropriar e gradativa otimização da estrutura de endividamento.

Dessa forma, mantemos a nossa recomendação de Compra e preço alvo em R$ 31,00 para final de 2025.
R$ milhões 2T25 2T24 a/a 1T25 t/t
Lançamentos (%CBR) 2.999 1.079 177,9% 3.624 -17,2%
Vendas Líquidas (%CBR) 2.374 1.755 35,2% 2.352 0,9%
Receita líquida 2.107 1.857 13,5% 1.953 7,9%
Lucro Bruto 690 610 13,1% 634 8,8%
Margem Bruta (%) 32,7% 32,9% -0,1p.p. 32,5% 0,3p.p.
Despesas VG&A 353 258 36,8% 328 7,6%
 % da ROL 16,8% 13,9% 2,9p.p. 16,8% 0p.p.
Resultado Financeiro 66 45 47,7% 59 11,9%
Lucro líquido 388 412 -5,8% 328 18,3%
Margem líquida (%) 18,4% 22,2% -3.8p.p. 16,8% 1,6p.p.

Relatório e disclaimenr completos


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