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Cyrela considera aumentar lançamentos no ano, ’se tudo der certo’, diz comando
em Valor Econômico, 15/maio
Mesmo com crescimento, a Cyrela tem concentrado a atuação em São Paulo: de janeiro a março, 68% dos lançamentos foram na cidade, ante 50% no mesmo período de 2024.
A Cyrela poderá rever seu planejamento para o ano e aumentar os lançamentos previstos, de acordo com o diretor financeiro da incorporadora, Miguel Mickelberg, “se tudo der certo”. Ele participou de coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (15), após a divulgação dos resultados trimestrais da empresa.
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No primeiro trimestre, a empresa já lançou 183% mais do que no mesmo período de 2024, atingindo R$ 3,4 bilhões em valor geral de venda (VGV) potencial. “Ainda depende de muitos fatores, do mercado, das aprovações”, ponderou Mickelberg, acrescentando que “existe perspectiva” de elevar o volume lançado se isso depender apenas da performance da companhia.
Os juros mais altos para financiar o imóvel não estão afetando as vendas nem causando aumento de distratos, de acordo com ele, embora a empresa demore mais para fazer os repasses das unidades — momento no qual o cliente recebe o imóvel e toma o financiamento bancário, quitando a compra com a incorporadora.
A Cyrela não tem visto uma piora nos custos para produzir, o que ajuda na sua margem, que subiu um ponto em um ano, para 32,5%. Mickelberg afirmou que a apreciação do real ajuda a segurar os preços de alguns insumos, enquanto o problema de falta de mão de obra, a que ele classifica como “crônico”, ao menos não piorou no trimestre.
Dos lançamentos da companhia entre janeiro e março, 63% foram no alto padrão, mas a Cyrela também atua no segmento de média renda e no popular, dentro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
O programa ganhou uma faixa extra neste mês, para rendas de R$ 8,6 mil a R$ 12 mil. O diretor afirmou que o resultado ainda é “incipiente” para a Cyrela, mas que a novidade “está rodando bem” e será positiva para o negócio.
Foco em São Paulo
Incorporadoras que, assim como a Cyrela, atuam em mais de uma faixa de renda, estão se movendo para os extremos, para aproveitar o impulso dado pelo MCMV e a resiliência do cliente de alta renda. Mesmo assim, Mickelberg negou que a Living, a marca da Cyrela especializada no médio padrão, vá diminuir de tamanho. Em sua visão, os clientes de média renda serão atraídos para os empreendimentos se eles tiverem um diferencial sobre a concorrência e forem bem localizados, já que “a taxa de juros é a mesma para todos os produtos da região”.
Mesmo com o crescimento de tamanho, a Cyrela tem concentrado sua atuação em São Paulo: de janeiro a março, 68% dos lançamentos foram na cidade, ante 50% no mesmo período de 2024. O Rio de Janeiro recebeu 23% dos novos projetos em 2025. Esse cenário não deve mudar, afirma o diretor.
“Não temos apetite para diversificação geográfica”, disse. “Daqui a cinco anos, provavelmente Rio e São Paulo continuem tendo mais de 90% de participação na Cyrela”.
Ver online: Valor Econômico