Suí­tes de hotéis são a nova aposta do mer­cado no Rio

em O Globo / Morar Bem, 15/junho

O modelo dá direito à escri­tura das uni­da­des e atrai inves­ti­do­res ao ofe­re­cer as mes­mas como­di­da­des dos hós­pe­des

O in­te­resse que os inves­ti­do­res bra­si­lei­ros e do exte­rior têm demons­trado pelo mer­cado imo­bi­li­á­rio cari­oca vem levando incor­po­ra­do­ras e cons­tru­to­ras a ino­var na forma de ofe­re­cer pro­du­tos a esse grupo de com­pra­do­res. E a deci­são é emba­sada em núme­ros: pes­quisa divul­gada no ano pas­sado pela Loft e pela Offer­wise reve­lou que 29% dos entre­vis­ta­dos apos­tam em imó­veis como meio de inves­tir — per­cen­tual que supera o de pes­soas que bus­cam uma mora­dia (27%).

No Rio, as pró­prias incor­po­ra­do­ras esti­mam que os inves­ti­do­res res­pon­dam por mais de 50% das ven­das de uni­da­des com­pac­tas e lan­çam mão da cri­a­ti­vi­dade e da ousa­dia para cati­var esse público. A novi­dade do momento são as suí­tes de hotéis retro­fi­ta­dos, que garan­tem aos com­pra­do­res direito a todas as como­di­da­des de um hós­pede, soma­das a algo mais impor­tante: a escri­tura de pro­pri­e­dade.

Iné­dita no mer­cado cari­oca, a ideia par­tiu da cons­tru­tora Cal­çada, que colo­cou à venda as 222 suí­tes do Square Design Hotel, na Barra da Tijuca, e cada com­pra­dor terá RGI indi­vi­du­a­li­zado em seu nome. O design das suí­tes, com qua­tro tipo­lo­gias dife­ren­tes, é assi­nado pela esti­lista Lenny Nie­me­yer. As uni­da­des têm de 27 a cem metros qua­dra­dos (as suí­tes-mas­ter, com ter­raço e hidro­mas­sa­gem externa). Os pre­ços variam de R$ 650 mil a R$ 850 mil.

O Square Design Hotel tem dois mode­los de aqui­si­ção. O pro­pri­e­tá­rio-in ves­ti­dor, além de acesso à estru­tura do hotel, torna-se sócio do Club Square e passa a ter direito a uma série de bene­fí­cios, como pos­si­bi­li­dade de lucros e divi­den­dos e reserva de qual­quer outra suíte do empre­en­di­mento com 50% de des­conto, caso a sua esteja ocu­pada na data dese­jada. O pro­pri­e­tá­rio-usu­á­rio pode des­fru­tar de sua uni­dade e emprestá-la a paren­tes e ami­gos e tem des­con­tos na aca­de­mia e nas qua­dras de tênis do no pró­prio com­plexo.

Segundo o CEO da Cal­çada, João Paulo Matos, o lan­ça­mento desse pro­jeto foi fruto de anos de estudo e desen­vol­vi­mento para che­gar a um modelo de inves­ti­mento iné­dito, exclu­sivo e extre­ma­mente atra­ente para os cli­en­tes.

— A venda de mais de 50% das suí­tes dis­po­ní­veis em ape­nas 24 horas com­pro­vou o quanto havia uma demanda para esse per­fil de empre­en­di­mento e reforça como o setor hote­leiro está aque­cido para uni­da­des mais com­pac­tas na cidade do Rio —res­salta.

Demanda reprimida

Foi tam­bém base­ada em muito estudo que a Aros Inc. che­gou ao modelo do Stay Ludolf, no Leblon, outro cam­peão de ven­das na cidade. O CEO da incor­po­ra­dora, Ricardo Affon­seca, explica que, entre a equipe da empresa, sem­pre houve a impres­são de demanda repri­mida no mer­cado para uni­da­des com­pac­tas no padrão AAA, tanto para turis­tas de classe alta quanto para exe­cu­ti­vos que pas­sam a semana a tra­ba­lho no Rio.

Affon­seca chama a aten­ção para o fato de esses imó­veis para loca­ção no modelo short stay (curta tem­po­rada) já serem comuns no mer­cado imo­bi­li­á­rio pau­lis­tano, mas, no Rio de Janeiro, esse tipo de pro­duto ainda não tem oferta sufi­ci­ente vol­tada para o público que busca sofis­ti­ca­ção.

— A cidade vem batendo recor­des de ocu­pa­ção, mas segue com demanda repri­mida para resi­den­ci­ais assim, por­que ter­re­nos dis­po­ní­veis nos melho­res ende­re­ços do Rio são rarís­si­mos. Lan­ça­mos 58 uni­da­des e só temos cerca de 15 ainda dis­po­ní­veis para venda. Os inves­ti­do­res sabem que é um tipo de negó­cio com alta ren­ta­bi­li­dade — observa o exe­cu­tivo.


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