Mercado se mantém aquecido e imóveis devem ficar mais caros em 2024, segundo especialistas
em IstoÉ Dinheiro, 9/janeiro
O Índice Fipe/Zap publicado nesta terça-feira, 9, aponta que o preço dos imóveis subiu 5,13% em 2023 no Brasil. O aumento, que foi maior do que os 4,45% de inflação acumulada registrada pelo IPCA-15 de dezembro, deve continuar em 2024.
De acordo com o levantamento, as maiores altas acumuladas em 2023 aconteceram entre os imóveis de um dormitório (5,52%) e nas cidades de Maceió (16%), Goiânia (14,84%), Campo Grande (12,61%) e Florianópolis (12,28%). O preço médio do M² em 2023 no Brasil foi de R$ 8.720.
O relatório Global Hosing and Mortgage Outlook 2024 da Fitch aponta que essa alta deve continuar esse ano na América Latina e na América do Norte.
“A desaceleração da inflação no Brasil, na Colômbia e no México fará com que as taxas de financiamento caiam ligeiramente nos próximos dois anos, à medida que a política monetária se afrouxa, embora o crescimento geral dos preços das casas limite a acessibilidade”, disse a Fitch Ratings, reforçando que os imóveis no Brasil devem ficar de 4% a 6% mais caros.
Mercado deve se manter aquecido
Apesar da alta de preços, o mercado para os imóveis no Brasil deve seguir aquecido em 2024. A avaliação é de Pedro Tenório, economista do DataZAP.
“Para o ano de 2024, podemos antever que os preços das residências à venda continuarão a seguir a tendência de estabilização positiva. O crescimento dos preços ao longo de um período acumulado de 12 meses permanece constante em torno de 5,5% há pelo menos dois anos. Espera-se que 2024 fique mais aquecido em comparação com 2023, embora não necessariamente atingindo o auge observado nos anos anteriores, 2021 e 2022”, disse.
“Toda vez que um produto tem alta demanda o produto tem uma alta de preço e isso não é diferente quando falamos de imóveis”, resumiu Bernardo Abdalla, CEO da administradora de condomínios OMA.
Juros baixos devem colaborar
O mercado de imóveis é muito afetado pela taxa de juros, que entrou em uma sequência de queda a partir do segundo semestre de 2023. Apesar da queda ser positiva para o acesso ao crédito mais barato, Tenório acredita que esse impacto será sentido no médio prazo.
“As taxas de juros têm apontado para uma redução, mas ainda é necessário um horizonte temporal mais longo para que possamos observar seus efeitos no mercado imobiliário”, encerrou.
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Por Bruno Pavan