Número de trabalhadores na Construção Civil aumentou quase 40% nos últimos cinco anos

em Agência CBIC, 3/fevereiro

De acordo com os dados do novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, a Construção Civil, em todo o País, gerou 110.921 novos empregos com carteira assinada em 2024. Esse foi o resultado da diferença de 2.430.272 admissões e 2.319.351 desligamentos. Com isso, o setor encerrou o ano com 2.858.990 trabalhadores formais, o que correspondeu a um aumento de 4,04% em relação a 2023, quando o número era de 2.748.069.

Todos os três segmentos da Construção registraram resultados positivos. A Construção de Edifícios foi responsável pela criação de 45.837 novos empregos, enquanto as obras de infraestrutura responderam pelo surgimento de 4.567 novas vagas. Os Serviços Especializados para a Construção1 se destacaram, com a formação de 60.517 novos postos de trabalho. Assim, o número de trabalhadores formais em todos estes segmentos cresceu, com destaque para o incremento de 6,39% nos Serviços Especializados e 4,38% na Construção de Edifícios.

Considerando a série do Caged e do Novo Caged observa-se que há sete anos consecutivos a Construção Civil vem registrando resultados positivos em seu mercado de trabalho, o que evidencia a sua importância na geração de renda e emprego no País.

Nos últimos cinco anos, ou seja, desde 2020, quando a pandemia chegou ao Brasil, a Construção Civil criou 800.378 novos empregos. Assim, o número de trabalhadores formais, que no início de 2020 era de 2.058.612, passou para 2.858.990 no final de 2024, ou seja, um aumento de 38,88% em apenas cinco anos. Isso significa que do total das novas vagas geradas neste período, considerando todas as atividades (7.754.005), o setor foi responsável por 10,32% deles.

Em 2024 o número de novos empregos com carteira assinada criados no setor foi 29,09% inferior ao registrado em 2023. A principal justificativa para isso foi a forte redução na criação de novas vagas no segmento de infraestrutura. Enquanto em 2020 esse segmento gerou 47.163 novos empregos, em 2024 foram criados 4.567, ou seja, uma queda superior a 90%. Importante destacar que 2023 foi um ano pré-eleitoral, o que, então, levou a infraestrutura a ter um desempenho superior ao registrado em outros anos. Em 2024 aconteceu encerramento dessas obras, o que contribuiu, então, para o menor dinamismo do segmento. Mas, mesmo assim, o recuo foi bastante acentuado.

Os estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás foram os cinco maiores geradores de novas vagas formais na Construção Civil em 2024. Bahia, Rondônia, Piauí e Mato Grosso do Sul foram os únicos com resultados negativos no mercado de trabalho do setor.

No contexto da importância do mercado de trabalho da Construção Civil para o País é necessário destacar que nos últimos três meses de 2024 (outubro, novembro e dezembro) o número de demissões no setor superou o número de admissões, o que proporcionou um saldo negativo. Mesmo considerando que o último mês do ano é sazonal e, por isso, historicamente observa-se um maior número de demissões, é importante destacar uma maior desaceleração em relação ao ano anterior.

No contexto da importância do mercado de trabalho da Construção Civil para o País é necessário destacar que nos últimos três meses de 2024 (outubro, novembro e dezembro) o número de demissões no setor superou o número de admissões, o que proporcionou um saldo negativo. Mesmo considerando que o último mês do ano é sazonal e, por isso, historicamente observa-se um maior número de demissões, é importante destacar uma maior desaceleração em relação ao ano anterior.

O dinamismo do mercado de trabalho do setor demonstra o bom desempenho de suas atividades. Conforme estimativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) a Construção Civil cresceu 4,1% em 2024. O dinamismo do mercado de trabalho nacional e o retorno das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, foram alguns dos fatores que contribuíram para o desempenho positivo. Entretanto, isso não significou ausência de desafios. As elevadas taxas de juros foram consideradas pelos empresários da Construção, conforme Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da CBIC, como o principal problema do setor. Nos últimos três meses daquele ano 34,1% dos empresários apontaram isso. Em relação ao 3o trimestre de 2024 observou-se um incremento de 8,7 pontos percentuais.

Para 2025 a CBIC estima crescimento de 2,3% das atividades da Construção, o que contribuirá para a criação de novos empregos. Entretanto, o setor acompanha com preocupação as elevações da taxa Selic, que no final do primeiro mês de 2025 já alcançou o patamar de 13,25%. Taxas de juros elevadas prejudicam os investimentos produtivos, direcionam recursos para o mercado financeiro, aumentam o custo do crédito, desestimulam novos investimentos e proporcionam adiamento de novos projetos.


Ver online: Agência CBIC