São Gonçalo é celeiro de novos projetos imobiliários
em Extra - Morar Bem, 13/janeiro
Com população expressiva e localizado próximo à capital, município desperta o interesse de construtoras do segmento econômico.
Segundo maior município do Estado do Rio, com quase um milhão de habitantes, São Gonçalo tornou-se um celeiro de novos projetos imobiliários nos últimos anos — não por acaso. O número expressivo de moradores com rendas adequadas às faixas 2 e 3 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é um diferencial observado pelas construtoras.
A Direcional Engenharia acabou de lançar no município o Vert Alcântara, o primeiro empreendimento da construtora em forma de torre no estado, com dez andares. São 156 unidades na primeira fase, a partir de R$ 259 mil, algumas com varanda gourmet integrada à cozinha e pontos para instalação de churrasqueira elétrica. A previsão é lançar a segunda fase ainda neste ano, com o mesmo número de apartamentos.
A empresa chegou à cidade em 2018 com o Conquista, projeto em Maria Paula, bairro próximo a Niterói. O Oceânico, mais colado na fronteira com Maricá, foi o segundo. Todos os empreendimentos estão 100% enquadrados no Minha Casa, Minha Vida.
— O Vert fica bem no coração de Alcântara, um bairro de comércio farto e muita movimentação. Já temos outros terrenos em São Gonçalo, então, a expectativa é lançar mais projetos — antecipa Felipe Macedo, gerente Comercial da Direcional.
Ele conta que os compradores do Vert, em geral, são moradores de outros bairros da cidade, como Colubandê e Santa Catarina; pessoas que pagam aluguel e preferem destinar o mesmo valor ao financiamento de um imóvel; e investidores.
A CAC Engenharia também aportou em São Gonçalo e, desde 2018, lançou cinco empreendimentos no município. O primeiro foi o bairro planejado Aquarela do Brasil, que tem quatro condomínios com nomes inspirados em pintores brasileiros famosos: Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Alfredo Volpi. As 1,1 mil unidades enquadradas na faixa 2 do MCMV foram todas vendidas. Cada projeto tem área de lazer própria.
Em 2023, a construtora lançou o Liberty Colubandê, em duas fases, com 432 unidades na faixa 3 do programa de habitação, distribuídas em três torres — a última lançada no ano passado. Segundo Bruno Teodoro, gerente regional da CAC, o plano para 2025 é continuar na prospecção de terrenos para novos lançamentos no município. Ele ressalta que há uma grande demanda por moradia em São Gonçalo, que, além de comércio e indústria fartos, está na rota para a Região dos Lagos.
— A maioria de nossos clientes são jovens de 20 a 28 anos, que estão comprando seu primeiro imó- vel. Os projetos têm diferenciais como apartamentos com metragem maior na comparação aos concorrentes enquadrados no Minha Casa, Minha Vida e área de lazer funcional para o público mais jovem, que tem uma vida mais agitada — conta Teodoro.
A MRV chegou a São Gonçalo em 2012, atraída pelo potencial para empreendimentos do segmento econômico, e já lançou 12 projetos ali. Para Guilherme Malaquias, gestor Comercial da construtora, além de ter muitas áreas para receber novos residenciais, o município tem localização ímpar, com fácil acesso à capital, a Niterói e à Região dos Lagos.
— A MRV vê em São Gonçalo uma possibilidade para reduzir o déficit habitacional na região: tem uma das maiores populações do Estado do Rio e um mercado consumidor com potencial de compra. As faixas de renda do público local se encaixam nas propostas da empresa — resume Malaquias.
No portfólio da construtora estão empreendimentos como Império do Ouro, que deve ser entregue até o fim deste ano; o Bosque das Amendoeiras, que fica perto de comércio, escolas e supermercados e tem fácil acesso a Alcântara; e o Residencial Mauá, um condomínio de duas torres de 15 andares cada e unidades de dois quartos com gardens, lazer com piscinas, churrasqueira e pet place, lançado em setembro do ano passado.
Município tem déficit habitacional acentuado
Habita SG aponta a necessidade de mais de 30 mil novas moradias em dez anos
De acordo com o Censo do IBGE de 2022, a população de São Gonçalo aumentou 7,12% em relação a 2022, chegando a 960.652 habitantes. O déficit de moradias no município foi comprovado em números recentes do Habita SG, o Plano Local de Habitação de Interesse Social (Plhis), elaborado pela prefeitura, que reúne um conjunto de objetivos e metas, diretrizes e instrumentos de ação e intervenção para o setor habitacional.
O documento aponta a necessidade de a cidade ofertar mais de 30 mil unidades nos próximos dez anos. O município, segundo o Plhis, tem também domicílios classificados como inadequados e com problemas arquitetônicos, carência de infraestrutura e inadequação fundiária urbana.
O CEO da MP Construtora, Bruno Murta, nascido e criado em São Gonçalo, conhece bem a História do município. Ele fundou a empresa há 13 anos e passou a construir casas pequenas nos bairros de Maria Paula e do Coelho e depois expandiu suas atividades para empreendimentos verticais. Até o momento, foram 11 residenciais lançados. No segundo semestre, a previsão é lançar ali outro grande projeto. Segundo ele, o salto da empresa aconteceu com o lançamento do Jardim Pendotiba, em 2016, um empreendimento de 406 apartamentos.
— A relação da MP com São Gonçalo é muito profunda. Sem dúvidas, a construtora é uma empresa gonçalense, que aposta no município. Os amplos terrenos disponíveis possibilitam a construção de grandes projetos para o segmento econômico — diz Murta.
Ver online: Extra - Morar Bem