
Tendências para 2025 incluem espaços flexíveis
em Extra - Morar Bem, 2/março
Projetos têm levado em conta demandas por ambientes mais amplos, multifuncionais e que proporcionem mais qualidade de vida.
Sustentabilidade, otimização de espaços e qualidade de vida. Essas são as principais tendências para os projetos imobiliários em 2025, segundo construtoras que atuam no segmento econômico. No Rio, especificamente, as frequentes ondas de calor também têm balizado a escolha de itens que compõem os empreendimentos, da fachada à área de lazer.
A Novolar não pensa mais seus projetos com apenas uma piscina. Na capital fluminense, todos os condomínios lançados agora têm um conjunto delas, com espaços para espreguiçadeiras e lâmina de água. A mobilidade sustentável e as atividades físicas também são prioridade, com vaga de bicicleta para cada apartamento e áreas para a prática de exercícios ao ar livre, como a crossfit zone. Os moradores contam ainda com ar-condicionado nos espaços comuns do prédio.
— A implantação desses itens respeita o afastamento entre os blocos, todos os cômodos do apartamento têm janela para ventilação natural, e os quartos contam com infraestrutura para instalação de ar-condicionado — informa Carolina Redoan, coordenadora de Produtos da Novolar.
Segundo ela, a construtora vem constatando uma busca crescente por segurança, lazer ao ar livre e contato com a natureza. Para este ano, os projetos terão espaços coletivos mais flexíveis e multifuncionais, como o salão de festas que se transforma em coworking durante o dia. No Green Life, no Centro de Niterói, lançado no ano passado, uma novidade promete se tornar comum nos empreendimentos: estações de recarga para carros elétricos.
Cleber Silva, da área de Desenvolvimento de Produto da Cury, aposta que espaços de compartilhamento, localização acessível e valorização de bairros menos tradicionais serão tendência em 2025. De 2024 será mantida uma característica que se adequa ao estilo de vida no pós-pandemia: unidades compactas, layouts abertos e cômodos integrados, que atendem às rotinas de home office e trabalho híbrido.
— A valorização de imóveis com áreas externas, como varandas e gardens, também reflete a busca por ambientes que ajudem a promover a saúde e o bem-estar dos moradores — diz Silva.
Para a The INC, a otimização dos espaços também é a grande tendência de 2025. Segundo o diretor da empresa, Thiago Soares, cada metro quadrado precisa fazer sentido tanto para quem mora quanto para quem investe. Espaços multifuncionais, tecnologia embarcada e infraestrutura para locação de curta temporada são os grandes diferenciais.
— Além disso, a sustentabilidade não é mais um extra, virou necessidade. Fachadas que rebatam a irradiação solar, energia renovável e consumo eficiente vão estar cada vez mais presentes nos projetos — acredita Soares.
Para ele, 2025 trará um salto na experiência do usuário. A ideia é aliar estética e funcionalidade, com fachadas mais limpas e eficiência térmica. Cores neutras, painéis metálicos e iluminação cênica deixam os prédios mais modernos e valorizam os imóveis sem encarecer a manutenção.
Para o CEO da consultoria Urban Systems, Thomaz Assumpção, outra tendência de 2025 são os bairros centrais que reduzem o tempo de deslocamento. Portanto, a busca de moradia perto do trabalho se intensificará.
— Somos herdeiros dos legados da pandemia. Há uma conscientização maior do valor do espaço e da qualidade de vida. A escolha de um imóvel passa hoje pela leitura desse legado — comenta Assumpção.
Para Thayana Ramos, coordenadora de Desenvolvimento de Produto da Direcional, materiais sustentáveis e itens para reduzir o consumo de energia e água ganham relevância, assim como áreas pet, coworkings e academias ao ar livre, que proporcionam mais qualidade de vida aos moradores.
— Estamos acompanhando os impactos das ondas de calor e investimos em áreas mais arborizadas, com espécies que se adaptem bem ao clima local e gerem sombra e conforto térmico.
Em voga, tons mais sofisticados e atemporais
Cores em alta criam conexão com a natureza e transmitem sensação de aconchego
Cores em tons terrosos e naturais, como bege e areia, vão dominar os empreendimentos em 2025. A justificativa dos especialistas é que elas trazem sofisticação, são atemporais e se adequam ao novo momento climático.
— O branco e o bege ajudam a reduzir o calor, enquanto cinzas e azuis acinzentados dão um toque moderno e urbano. Essas cores combinam bem com a proposta de imóveis para locação de curta temporada, criando um ambiente agradável e que agrada ao público — diz o diretor da The INC, Thiago Soares.
Os tons caramelo, cobre e argila se destacam por criar uma conexão com a natureza, transmitir aconchego e exigir menos manutenção, na opinião de Cleber Silva, da área de Desenvolvimento de Produto da Cury.
Carlos Murdoch, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Veiga de Almeida, lembra que as cores são essenciais na questão térmica:
— Devemos sempre optar por cores claras, pois elas rebatem a radiação solar, reduzindo o calor. Cores escuras absorvem a radiação e sempre deixam os ambientes mais quentes. É uma questão física que conhecemos desde a Antiguidade.
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