A febre dos imóveis compactos: no Rio, meio bilhão em ‘estúdios’ no mesmo endereço

em O Globo, 3/setembro

Construtora adapta projeto para atrair público com perfil investidor.

A mania dos apartamentos compactos — hoje chamados de “estúdios” — já faz com que incorporadoras e construtoras adaptem os projetos para satisfazer a demanda dos investidores por esse novo filão.

A Calper, por exemplo, decidiu que os “estúdios” serão 90% das unidades do Arte Design Residencial, que a construtora erguerá na chamada Barra Olímpica. O Valor Geral de Vendas (VGV) dos cerca de 1,4 mil apartamentos compactos somará R$ 495 milhões, dos R$ 550 milhões totais. O preço inicial será a partir de R$ 268 mil, e a gestão da locação para compradores-investidores será feita pela startup Lobie.

— A mudança no projeto é para corrigir uma distorção social que vem desde 1970. O ideal é que a cidade do Rio tenha 50 mil estúdios, sendo 25 mil na Zona Oeste e 25 mil no Centro e Zona Norte. Em São Paulo, desde 2013 foram lançados cerca de 145 mil compactos; no Rio, foram apenas 5,5 mil — diz Ricardo Ranauro, CEO da Calper.

A Barra da Tijuca, que registra uma das maiores expansões urbanísticas na cidade hoje, vinha ficando imune à tendência dos compactos — com exceção do novo projeto da Torre H, cujas obras estavam paradas há quatro décadas. Enquanto isso, regiões como Centro e Zona Sul “ganharam” quase 3,4 mil apartamentos do tipo desde a pandemia, segundo levantamento do Secovi-Rio (Sindicato da Habitação).

O Arte Design Residencial ficará dentro da Cidade Arte, bairro planejado que a Calper está construindo nas imediações do Shopping Metropolitano. O lançamento será feito em duas fases, com a primeira somando um VGV de R$ 275 milhões.


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