Baseie decisões em dados, não em achismos

em Estadão Imóveis, 16/junho

A história do meu amigo ilustra como a tecnologia pode revolucionar o negócio imobiliário. Apaixonado pelo Nordeste, ele investiu em um empreendimento de casas de alto padrão, mas após seis meses, nenhuma casa havia sido vendida. Os corretores locais justificavam o fracasso com base em “feelings” e crenças subjetivas, sem dados concretos.

Cansado de ouvir explicações sem embasamento, decidi ajudá-lo a adotar uma abordagem mais científica. Usando minha experiência em ciência de dados, recorremos à inteligência artificial (IA) e data mining para entender melhor o mercado e os potenciais clientes. Uma análise detalhada do perfil, preferências e comportamento dos consumidores da região. E a partir daí traçamos nosso plano.

Desenvolvemos campanhas de marketing personalizadas, utilizando ferramentas de IA para segmentar o público-alvo e veicular anúncios adaptados aos seus interesses. Em vez de simplesmente procurar por possíveis compradores, a tecnologia nos ajudou a analisar fatores importantes para a conclusão das vendas, como capacidade financeira, histórico de crédito e engajamento online, qualificando os leads de forma otimizada.

Essa abordagem baseada em dados nos permitiu identificar com precisão os clientes ideais para aquele tipo de imóvel e, depois disso, 9 casas foram vendidas em seis meses. A transformação digital permitiu alcançar clientes em todo o Brasil.

Muitas vezes, o potencial de grandes empreendimentos do mercado imobiliário é desperdiçado devido a falhas na condução da mensagem, que deveria chegar e impactar o público-alvo.

No caso desse condomínio de 14 casas no Ceará, a ação correta de marketing funcionou como um antibiótico num paciente com risco de vida. O projeto estava com uma chance muito alta de ser descontinuado por má execução ou falha no processo de atração do público correto. É uma prova de que a inteligência artificial e os dados estão funcionando cirurgicamente no sucesso dos empreendimentos.

Tradicionalmente, a geração de leads no setor imobiliário costumava se basear em estratégias simples, como ligações telefônicas e anúncios genéricos. Os agentes imobiliários realizavam chamadas frias na esperança de encontrar clientes interessados, muitas vezes resultando em um desperdício de tempo e recursos, pois muitos desses leads não são realmente qualificados.

Com a utilização da inteligência artificial, agora podemos analisar dados de forma precisa para identificar o lead ideal, considerando comportamentos online que indicam potenciais compradores.


Ver online: Estadão Imóveis


Rafael Yoshioka é CEO da Hypnobox