Projetos versáteis garantem múltiplos usos aos imóveis

em O Globo / Morar Bem, 9/fevereiro

As soluções que integram ambientes, muito demandadas pelo cliente, permitem tornar as moradias multifuncionais.

Há uma tendência crescente no design de interiores, especialmente em imóveis compactos que exigem o aproveitamento inteligente das plantas: os ambientes multifuncionais. Esses espaços combinam diferentes funções e tornam a residência mais versátil e adaptável às necessidades cotidianas. Um exemplo clássico é a integração entre as salas de estar e jantar e o home office, que permite o uso para lazer, refeições e trabalho, sem comprometer o conforto e a estética.

Até alguns anos atrás, multifuncionalidade no mercado imobiliário era sinônimo de quarto de serviço transformado em espaço íntimo, dispensa ou guarda-objetos. Mas a pandemia do coronavírus popularizou o home office e obrigou as incorporadoras a adotar soluções que permitam redefinir os ambientes como melhor convier aos moradores. Foi assim que surgiu a personalização dos imóveis, mãe da planta flexível.

Para chegar ao apartamento multifuncional dos sonhos, vale tudo — ou quase tudo. Segundo Eduardo Cruz, sócio da Itten, as modificações devem seguir quatro regras: cumprir a legislação, atender às regras condominiais, ter seu custo pago pelo morador e manter a estrutura técnica —as áreas molhadas, por exemplo, não podem ser alteradas.

— Respeitadas as regras, o apartamento é uma folha em branco que pode ser desenhada como o cliente desejar — afirma, acrescentando que a Itten prepara três lançamentos para 2025 e tem atendido a muitos pedidos para integrar a cozinha e a sala, criando um ambiente que sirva para o lazer e as refeições.

Antes de esse filão vir à tona, a multifuncionalidade era uma responsabilidade da decoração. Móveis planejados, divisórias modulares, bancadas retráteis, camas embutidas, sofás-camas e mesas dobráveis garantiam que um mesmo espaço assumisse diferentes propósitos. Agora, as incorporadoras têm buscado soluções cada vez mais criativas. No apartamento de três suítes do Arq. Botafogo, da Construtora Canopus, por exemplo, há um espaço que pode ser transformado em home office, rouparia ou adega — ao gosto do freguês.

“Respeitadas as regras, o apartamento é uma folha em branco que pode ser desenhada como o cliente desejar.”, EDUARDO CRUZ. Sócio da Itten.

Possibilidades

Nos projetos da Patrimar, os clientes também podem criar ambientes multifuncionais. Segundo a gerente de Produto da construtora, Juliana Lembi, nos apartamentos de quatro suítes, muitos clientes preferem abrir mão de uma delas para ampliar asala de estar ou criar mais um banheiro, separando o espaço dele do dela. Em apartamentos menores, o banheiro de serviço em geral dá espaço a um lavabo, e o lavabo original soma-se ao banheiro principal.

—Há algum tempo, para se criar um espaço multifuncional, a única opção era transformar o uso do quarto de serviço, e pronto. Hoje, há um leque enorme de possibilidades, e o cliente vê muito valor nisso — afirma Juliana.

A Mozak também embarcou nessa onda. No Parque Sustentável da Gávea, a varanda virou um home office integrado ao quarto. Já no Estância Pernambuco, residencial de oito casas no exclusivo Jardim Pernambuco, também da construtora, a planta pode ser totalmente personalizada sem as divisões convencionais.

As portas de vidro que limitam os ambientes internos passam a integrar a área externa, quando abertas. Assim, o terraço se transforma em um living para a promoção de confraternizações.

—As residências devem ser adaptadas à vida contemporânea e às necessidades individuais e não apenas oferecerem uma planta única a ser replicada para os diferentes perfis de compradores — pontua a gerente de Projetos da Mozak, Clarissa Grinstein.


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