Vendas de imóveis novos em janeiro batem recorde

em Monitor Mercantil, 15/abril

Alta de quase 40% nas vendas de imóveis novos no acumulado de 12 meses em janeiro de 2024.

As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 39,8% no acumulado de 12 meses encerrados em janeiro de 2024. Foram comercializadas 171.627 unidades, aponta o indicador Abrainc-Fipe. O desempenho foi puxado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O volume de vendas alcançado no início do ano é recorde para o indicador. O estudo foi elaborado com dados de 20 empresas do setor pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento do setor, considerado crucial para a economia. “Esses cortes nos juros não só beneficiam o setor, tornando os financiamentos habitacionais mais acessíveis, mas também impulsionam o progresso econômico e social do Brasil.”

“Com a tendência de novas quedas da Selic, esperamos também um aumento nas vendas de imóveis para investimento, tornando-os ainda mais atrativos. Além disso, o acréscimo recente de 17% nos preços dos aluguéis, decorrente da valorização dos últimos 12 meses, fortalece a demanda por ativos imobiliários”, destaca o executivo.

O segmento de Médio e Alto Padrão continua apresentando bom desempenho nas vendas, com alta de 15% no volume de unidades comercializadas e de 22,1% no valor de vendas. Apesar de uma redução de 0,4% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de uma readequação gradual nos níveis de estoque do MAP, segundo a Abrainc. Atualmente, a duração da oferta está em 15 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.

O Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) apresentou um aumento significativo tanto no volume de unidades comercializadas (52,6%) quanto no valor total de vendas ao longo dos doze meses (65,3%). Além disso, registrou-se um acréscimo de 57,1% no valor de venda dos lançamentos.

Esses resultados refletem as medidas implementadas para ampliar o acesso à moradia para famílias de baixa renda e destacam a importância de manter regras estáveis para o FGTS, fundamental para o crédito imobiliário destinado a essa população, analisa a Abrainc.

Iniciativas recentes, como a regulamentação do Regime Especial de Tributação (RET) de 1% e o FGTS Futuro, fortalecem a habitação popular, aumentando o poder de compra das famílias e facilitando a aquisição da casa própria. Essas ações também impulsionam o desenvolvimento social e econômico do país, contribuindo para o aumento da geração de empregos e renda, segundo a entidade.

A relação distrato sobre venda no MAP segue em um baixo patamar (11,5%), ressaltando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. Para se ter uma ideia, quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.


Ver online: Monitor Mercantil