Economia prateada: mercado imobiliário está de olho na 3ª idade

em Diário do Comércio, 7/junho

A economia prateada abrange uma ampla gama de setores e serviços voltados para pessoas idosas, dentre eles, o setor imobiliário.

O Brasil enfrenta um cenário de envelhecimento da população acelerado, com o número de idosos crescendo exponencialmente. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, o número de pessoas com mais de 65 anos no Brasil chegou a 22 milhões, um aumento de 57,4% em relação a 2010. Essa tendência deve se intensificar nas próximas décadas, com a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a população idosa no País chegue a 90 milhões de pessoas até 2050.

À medida que mais pessoas entram na terceira idade e desfrutam de maior longevidade, surgem novas demandas e necessidades que impulsionam o desenvolvimento de produtos e serviços específicos para esse segmento da população. É que esse cenário demográfico tem alavancado um setor específico da economia, denominada “economia prateada”.

O termo se refere a um conjunto de atividades econômicas que é relevante para as necessidades e demandas dos idosos. A economia prateada é considerada a terceira maior atividade econômica do mundo, movimentando US$ 7,1 trilhões anualmente. Somente no Brasil, o segmento movimenta R$ 2 trilhões por ano.

Desta forma, a economia prateada abrange uma ampla gama de setores e serviços voltados para pessoas idosas, incluindo saúde, moradia, transporte, lazer, turismo, tecnologia assistida, cuidados domiciliares, entre outros. Nessa perspectiva, o mercado imobiliário surge como uma área com grande potencial para atender às demandas e desejos específicos desse público.

Diversos fatores contribuem para essa expansão, como o aumento da longevidade, a aposentadoria precoce e a busca por moradias mais adequadas às necessidades da terceira idade.

“Diante dessa necessidade, o setor imobiliário tem trabalhado para se adequar e oferecer soluções inovadoras”, comenta o arquiteto urbanista e sócio da Bloc Arquitetura, Alexandre Nagazawa. E acrescenta: “O setor tem desenvolvido opções de moradia adaptadas para idosos, como residências e comunidades de vida assistida, casas inteligentes com tecnologia assistida e reformas de casas para torná-las mais acessíveis a esse público ávido por essas mudanças”.

Um dos principais desafios do mercado imobiliário para a terceira idade é a viabilidade econômica dos empreendimentos. “É importante encontrar o equilíbrio entre a oferta de soluções inovadoras e acessíveis para a população idosa”, explica Nagazawa. “Também é fundamental garantir a qualidade dos serviços e a fiscalização das empresas que atuam nesse segmento”.

Apesar dos desafios, o mercado imobiliário para a terceira idade tem grande potencial de crescimento. “É um segmento promissor que deve se fortalecer nos próximos anos”, afirma Nagazawa. “As empresas que investirem nesse mercado estarão bem posicionadas para atender às demandas de um público cada vez mais numeroso e exigente”, conclui.


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