Imóveis em áreas montanhosas ou no litoral fluminense são objetos de desejo de quem busca mais qualidade de vida, proximidade com a natureza, espaço e clima ameno. Atentas a esse movimento que vem crescendo desde a pandemia, as construtoras apostam suas fichas em lançamentos nas regiões Serrana, dos Lagos e da Costa Verde. Os projetos têm em comum alta liquidez e um público que não necessariamente quer um segundo imóvel para fins de semana, mas, sim, para morar.
O Grupo STN, empresa familiar com atuação no setor elétrico que vem dando atenção também ao mercado imobiliário, lançou, em outubro passado, um condomínio de lotes e casas na pequena cidade de Areal, na Região Serrana do Rio. O Quinta Portuguesa é um projeto temático que segue uma tendência já observada na cidade: a de empreendimentos com traços característicos de países europeus — já há um com perfil italiano e outro, germânico.
A arquitetura da área de lazer será toda inspirada na estética portuguesa clássica, com seus famosos azulejos e vidros coloniais. A cultura lusitana também estará presente na culinária: o condomínio terá um típico restaurante português e plantação de oliveiras, cujo plantio já foi iniciado. A ideia é que, no futuro, a propriedade produza azeite de oliva com rótulo próprio.
O projeto tem sete casas e 124 lotes de 500 a três mil metros quadrados de área, com valores a partir de R$ 250 mil, 50% já vendidos. O público comprador é formado, em sua maioria, por pessoas que têm a intenção de morar no condomínio. A previsão é que esteja pronto em 2026. Cerca de metade dos clientes vem da capital: da Barra da Tijuca e do Recreio e de bairros da Zona Sul.
— Areal está a cerca de 80km do Centro do Rio, e essa proximidade tem contribuído para atrair a quem quer manter o trabalho de forma híbrida e viver em uma cidade tranquila, com mais qualidade de vida. O condomínio hoje está totalmente legalizado, e a construção das casas já foi liberada. A expectativa é que todas as unidades sejam vendidas até meados deste ano — estima Danilo Santinon, sócio do Grupo STN.
A The INC também tem um case de sucesso fora do Rio. O Porto Mangará, lançado em fevereiro do ano passado, que teve 71% das 128 unidades vendidas no primeiro dia de lançamento. O condomínio de lotes que fica na Praia de Santo Antônio, em Mangaratiba, abriga 120 mil metros quadrados de mata nativa preservada e praia praticamente exclusiva para os moradores, além de espaço de lazer com piscina, sauna, churrasqueira e marina. A previsão é lançar a segunda fase do empreendimento em breve.
— O projeto atrai pessoas das classes média e alta de bairros da Zona Oeste, que ficam mais próximos da Costa Verde, como Campo Grande e Recreio. A maioria dos clientes hoje busca uma casa de veraneio, mas com o objetivo de morar no futuro próximo, depois da aposentadoria. O projeto é totalmente integrado à natureza, e a empresa vem incentivando os clientes a investir na preservação do local: quem compra um lote ganha um projeto arquitetônico que prima pela sustentabilidade — afirma Felipe Lemos, gerente Comercial da construtora.
O Porto Mangará terá três fases de lançamentos. Os lotes da primeira etapa começaram a ser vendidos a partir de R$ 99 mil, mas hoje só há opções acima de R$ 200 mil. Segundo Lemos, é a primeira vez que a The INC investe no nicho de lotes, decisão que levou em conta a demanda crescente impulsionada pelas mudanças de hábito e comportamento do pós-pandemia.
— Espaços mais amplos que permitam reunir a família e os amigos ficaram mais valorizados, e muitas pessoas não querem apenas comprar uma casa já pronta e apenas decorar. Construir a residência do zero também faz parte do sonho — afirma.
Projetos ‘pé na areia’ seduzem o comprador
Na Região dos Lagos, a proximidade da praia é fator decisivo na compra do imóvel
Um projeto com conceito “pé na areia” também tem atraído novos moradores à Região dos Lagos. O Flag Residences, em Cabo Frio, lançado em novembro do ano passado, já está com 60% das 104 unidades vendidas. O projeto oferece apartamentos tipo estúdio, gardens e cobertura, e vem chamando a atenção sobretudo de investidores, informa Leonardo Laurentino, diretor da Nivo Construtora.
— O terreno de 11 mil metros quadrados está localizado a 70 metros da areia da Praia do Forte e é o último da região com essa característica. Isso faz do projeto uma raridade na história imobiliária de Cabo Frio. Além disso, é uma das áreas mais procuradas da cidade, porque oferece diversas opções de lazer, comércio e serviços — enfatiza.
O Flag Residences terá infraestrutura completa de lazer e conveniências que incluem fitness externo, praça, redário, pranchário, play kids, piscina com bar, spa, lavanderia e Wi-Fi nas áreas comuns. O valor dos imóveis parte de R$ 600 mil.
— Os investidores são maioria entre os interessados. Eles compram para usufruir e para alugar quando não estiverem usando. O pagamento é parcelado em até 60 vezes, e a previsão é entregar o empreendimento em 30 meses. Ou seja, nos 30 meses que restarem para quitar o imóvel, o comprador pode usar a rentabilidade do aluguel para pagar as prestações — ressalta Laurentino.