Imóveis na Serra e no litoral atraem moradores do Rio
em Extra - Morar Bem, 19/janeiro
Maioria compra para usar como segunda residência, mas com planos de morar depois da aposentadoria.
Imóveis em áreas montanhosas ou no litoral fluminense são objetos de desejo de quem busca mais qualidade de vida, proximidade com a natureza, espaço e clima ameno. Atentas a esse movimento que vem crescendo desde a pandemia, as construtoras apostam suas fichas em lançamentos nas regiões Serrana, dos Lagos e da Costa Verde. Os projetos têm em comum alta liquidez e um público que não necessariamente quer um segundo imóvel para fins de semana, mas, sim, para morar.
O Grupo STN, empresa familiar com atuação no setor elétrico que vem dando atenção também ao mercado imobiliário, lançou, em outubro passado, um condomínio de lotes e casas na pequena cidade de Areal, na Região Serrana do Rio. O Quinta Portuguesa é um projeto temático que segue uma tendência já observada na cidade: a de empreendimentos com traços característicos de países europeus — já há um com perfil italiano e outro, germânico.
A arquitetura da área de lazer será toda inspirada na estética portuguesa clássica, com seus famosos azulejos e vidros coloniais. A cultura lusitana também estará presente na culinária: o condomínio terá um típico restaurante português e plantação de oliveiras, cujo plantio já foi iniciado. A ideia é que, no futuro, a propriedade produza azeite de oliva com rótulo próprio.
O projeto tem sete casas e 124 lotes de 500 a três mil metros quadrados de área, com valores a partir de R$ 250 mil, 50% já vendidos. O público comprador é formado, em sua maioria, por pessoas que têm a intenção de morar no condomínio. A previsão é que esteja pronto em 2026. Cerca de metade dos clientes vem da capital: da Barra da Tijuca e do Recreio e de bairros da Zona Sul.
— Areal está a cerca de 80km do Centro do Rio, e essa proximidade tem contribuído para atrair a quem quer manter o trabalho de forma híbrida e viver em uma cidade tranquila, com mais qualidade de vida. O condomínio hoje está totalmente legalizado, e a construção das casas já foi liberada. A expectativa é que todas as unidades sejam vendidas até meados deste ano — estima Danilo Santinon, sócio do Grupo STN.
A The INC também tem um case de sucesso fora do Rio. O Porto Mangará, lançado em fevereiro do ano passado, que teve 71% das 128 unidades vendidas no primeiro dia de lançamento. O condomínio de lotes que fica na Praia de Santo Antônio, em Mangaratiba, abriga 120 mil metros quadrados de mata nativa preservada e praia praticamente exclusiva para os moradores, além de espaço de lazer com piscina, sauna, churrasqueira e marina. A previsão é lançar a segunda fase do empreendimento em breve.
— O projeto atrai pessoas das classes média e alta de bairros da Zona Oeste, que ficam mais próximos da Costa Verde, como Campo Grande e Recreio. A maioria dos clientes hoje busca uma casa de veraneio, mas com o objetivo de morar no futuro próximo, depois da aposentadoria. O projeto é totalmente integrado à natureza, e a empresa vem incentivando os clientes a investir na preservação do local: quem compra um lote ganha um projeto arquitetônico que prima pela sustentabilidade — afirma Felipe Lemos, gerente Comercial da construtora.
O Porto Mangará terá três fases de lançamentos. Os lotes da primeira etapa começaram a ser vendidos a partir de R$ 99 mil, mas hoje só há opções acima de R$ 200 mil. Segundo Lemos, é a primeira vez que a The INC investe no nicho de lotes, decisão que levou em conta a demanda crescente impulsionada pelas mudanças de hábito e comportamento do pós-pandemia.
— Espaços mais amplos que permitam reunir a família e os amigos ficaram mais valorizados, e muitas pessoas não querem apenas comprar uma casa já pronta e apenas decorar. Construir a residência do zero também faz parte do sonho — afirma.
Projetos ‘pé na areia’ seduzem o comprador
Na Região dos Lagos, a proximidade da praia é fator decisivo na compra do imóvel
Um projeto com conceito “pé na areia” também tem atraído novos moradores à Região dos Lagos. O Flag Residences, em Cabo Frio, lançado em novembro do ano passado, já está com 60% das 104 unidades vendidas. O projeto oferece apartamentos tipo estúdio, gardens e cobertura, e vem chamando a atenção sobretudo de investidores, informa Leonardo Laurentino, diretor da Nivo Construtora.
— O terreno de 11 mil metros quadrados está localizado a 70 metros da areia da Praia do Forte e é o último da região com essa característica. Isso faz do projeto uma raridade na história imobiliária de Cabo Frio. Além disso, é uma das áreas mais procuradas da cidade, porque oferece diversas opções de lazer, comércio e serviços — enfatiza.
O Flag Residences terá infraestrutura completa de lazer e conveniências que incluem fitness externo, praça, redário, pranchário, play kids, piscina com bar, spa, lavanderia e Wi-Fi nas áreas comuns. O valor dos imóveis parte de R$ 600 mil.
— Os investidores são maioria entre os interessados. Eles compram para usufruir e para alugar quando não estiverem usando. O pagamento é parcelado em até 60 vezes, e a previsão é entregar o empreendimento em 30 meses. Ou seja, nos 30 meses que restarem para quitar o imóvel, o comprador pode usar a rentabilidade do aluguel para pagar as prestações — ressalta Laurentino.
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