Mais incorporadoras querem acelerar lançamentos, mas poder de compra é principal preocupação

em Valor Econômico, 19/setembro

Pesquisa do Santander feita com 25 empresas mostra setor mais otimista no terceiro trimestre.

Pesquisa feita pela equipe de analistas de mercado imobiliário do Santander Cotação de Santander, com 25 incorporadores listados e não-listados, mostra empresas mais otimistas no terceiro trimestre, conforme relatório divulgado pelo banco nesta semana.

A parcela de participantes que pretende acelerar lançamentos acima de 20% nos próximos 12 meses saltou de 37,5% para 56%, do segundo para o terceiro trimestre.

Houve um leve aumento das empresas que tiveram vendas ao menos 5% melhores do que o esperado por elas, de 45,6% para 48%. A parcela de incorporadoras que conseguiram atingir a meta de vendas subiu de 25% para 36%.

Para o futuro, nos próximos 12 meses, 76% das empresas consultadas planejam elevar seu volume de vendas em pelo menos 5%, e 72% querem aumentar os lançamentos no mínimo nessa proporção.

Para cumprir esse objetivo, 76% das companhias consultadas disseram estar dispostas a aumentar a compra de terrenos nos próximos 12 a 24 meses.

Mais empresas têm considerado o preço dos terrenos como estável: 45,8% concordavam com isso no segundo trimestre deste ano, e agora são 56%.

Para os analistas, liderados por Fanny Oreng, essa percepção de preços mais estáveis se deve a uma maior disponibilidade de terrenos em regiões centrais de São Paulo, onde atuam 72% da amostra pesquisada, por causa das mudanças na Lei de Zoneamento da cidade, que ampliaram o potencial construtivo.

A melhora em vendas e lançamentos tem trazido ganhos de margem. Entre as empresas consultadas pelos analistas do Santander, 40% reportaram margem bruta pelo menos 0,1 ponto acima da média dos últimos 12 meses. Segundo o relatório, a parcela de incorporadoras que tiveram ganho de margem sobe para 71,4% no segmento de baixa renda, que atua no programa Minha Casa, Minha Vida.

A equipe do Santander questionou os incorporadores sobre as duas maiores preocupações no momento. Do segundo para o terceiro trimestre, o poder de compra dos consumidores foi alçado de quarta maior preocupação para a principal questão no segmento. “Na nossa visão, isso reflete a deterioração do poder de compra que ocorreu nos últimos anos no segmento que atende a classe média”, escrevem os analistas, que também citam preocupações com o aumento da taxa Selic, elevada em 0,25 ponto nesta quarta-feira (18), para 10,75% ao ano.

A falta de mão de obra aparece como a segunda preocupação mais citada. No entanto, essa questão não tem atrapalhado de forma significativa o custo da construção, segundo a pesquisa.


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