Programa de crédito imobiliário pode gerar mais de 1 milhão de empregos, diz presidente da CBIC à CNN

em CNN Brasil, 23/abril

Renato Correia mostra ainda que o programa "Acredita" alavancaria algo em torno de R$ 100 bilhões para o mercado.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, disse nesta terça-feira (23) à CNN que a implantação do programa de crédito imobiliário do governo federal, o “Acredita”, pode gerar mais de um milhão de novos empregos no Brasil.

“Para cada milhão aplicado na construção civil, nós temos 13 empregos. Então, estamos falando em um milhão e trezentos mil [novos postos de trabalho]”, afirmou Correia.

Nesta segunda-feira (22), o governo federal lançou o programa “Acredita”, que possibilita a renegociação de dívidas de pequenos empresários, além de um crédito imobiliário voltado para a classe média.

A ideia do governo é que brasileiros que não se qualifiquem para programas habitacionais populares tenham acesso à linha de crédito.

“A iniciativa visa estimular o setor da construção civil e promover a geração de emprego, renda e crescimento econômico, de modo a impactar positivamente o mercado imobiliário brasileiro”, informou o governo.

De acordo com Correia, este programa é importante porque a aplicação do recurso de poupança, por exemplo, na habitação, vem diminuindo com o passar dos anos.

Dados da CBIC mostra que, em 2021, havia mais de R$ 200 bilhões aplicados no crédito imobiliário pela pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Em 2022, caiu para R$ 180 bilhões. Em 2023, foi para R$ 150 bilhões.

Em 2024, a expectativa era de manter a aplicação do R$ 150 bilhões, mas a Câmara vê sinais de que pode ser abaixo disso.

Na visão de Correia, se cair para casa de R$ 130 bilhões ou R$ 120 bilhões, o país perde a capacidade de financiar a habitação.

“O ‘Acredita’, na área imobiliária, vem trazer uma ferramenta nova. O setor já pleiteou que o Banco Central libere 5% dos compulsórios do depósitos da poupança para aplicação imediata. Isso recuperaria os R$ 30 bilhões. Porém, até agora, não ocorreu e o governo vem com essa ferramenta adicional, que é a EMGEA atuar como securitizadora do crédito imobiliário”, explica.

Atualmente, existe para os contratos de financiamento imobiliário, uma grande massa de recebíveis que estão nos Bancos, com a correção desses contratos em TR, mais uma taxa de juros 9%, 10% e 11%.

Correia pontua que o mercado secundário, de fundos de investimentos, fundos imobiliários, não compram, por questões comerciais e estatutárias, esse tipo de título. Então, a EMGEA pode fazer a aquisição desses títulos em TR e vender atrelado ao IPCA, mais uma taxa de juro que seja atrativa e compatível com os fundos de investimentos e fundos imobiliários — e até pessoa física que passam a poder adquirir estes recebíveis.

“Com isso, a EMGEA pode voltar com esses recursos para os bancos, que terão nova capacidade de financiamento. Estamos ainda analisando a medida provisória e avaliando os impactos, mas, existe uma possibilidade da empresa poder aplicar em torno de R$ 10 bilhões nessa operação, o que alavancaria algo em torno de R$ 100 bilhões para o mercado”, destaca.


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