A prévia dos indicadores do mercado de imóveis corporativos do quarto trimestre aponta para queda da vacância do segmento em São Paulo. A consultoria Colliers indica vacância de 20,5% nos prédios de alto padrão da cidade, ante 21% no terceiro trimestre. A consultoria Newmark não fechou os dados, mas Mariana Hanania, diretora de pesquisa de mercado da empresa, diz que o indicador pode cair, já que a absorção bruta de novas áreas ficou em linha com o esperado no trimestre, em 90 mil metros quadrados, enquanto o novo estoque de prédios entregues deve terminar dezembro abaixo do projetado. Eram esperados 120 mil metros quadrados, mas só 75 mil foram entregues.
Com mais demanda por locação de espaços e crescimento menor da área disponível, a tendência é de queda na vacância.
O ano de 2024 deve ter marcado recorde de absorção bruta de escritórios na cidade desde o início da série da Newmark, em 2007. Segundo Hanania, a absorção vai passar de 500 mil metros quadrados - o maior volume atingido em um ano, até então, foram 452 mil metros quadrados em 2023.
“Tudo indica que em 2025 vai vir uma queda mais expressiva [da vacância], por causa do arrefecimento do volume de novas construções”, afirma Hanania. No entanto, tudo isso depende da situação econômica, e as projeções não estão boas para o ano. “O mercado de escritórios anda junto com o crescimento da economia”, e o sinal está “de amarelo para vermelho”, na sua visão.
Dúvidas sobre o crescimento econômico afastam investidores e podem afetar a expansão das empresas, o que também prejudica a locação de escritórios.
No último dia 20, o Valor procurou empresas para saber se seus planos de investimento estavam sendo afetados pelo aumento da taxa de juros e o encarecimento do dólar. A resposta, em geral, foi de que os planos estavam mantidos.
Novos projetos de prédios corporativos para a cidade estão mais escassos, e o que existe está concentrado em Pinheiros, por causa do desenvolvimento do entorno da avenida Rebouças.
As regiões da Chucri Zaidan e da Berrini estão sendo beneficiadas por isso, segundo Hanania. No terceiro trimestre de 2023, estavam com 32% de vacância, valor considerado alto, mas, no ano, foram as áreas com maior absorção acumulada. No terceiro trimestre de 2024, o indicador já havia caído para 22,3% e 17%, respectivamente para Chucri Zaidan e Berrini, e é esperado que caia mais.
Enquanto isso, a Faria Lima, área mais valorizada para escritórios, já tem prédios que pedem R$ 400 por metro quadrado alugado, valor “nunca visto” pela Newmark. Isso tem ocasionado um movimento de troca de prédios, na busca por preços menores, ainda que na mesma região.