Apartamentos compactos se consolidam no mercado imobiliário e categoria lidera a preferência de cariocas para morar ou investir
em Diário do Rio, 4/novembro
De acordo com uma pesquisa da Secovi - Rio, os apartamentos tipo studio alcançaram o maior número de lançamentos dos últimos anos, chegando a 1.667 unidades residenciais em 2023, representando um aumento de 35% em relação ao ano anterior. Dados do Censo comprovam a tendência.
Os apartamentos tipo estúdio estão se tornando cada vez mais populares nas grandes metrópoles e principalmente no Rio. Combinando modernidade e praticidade, esses residenciais se destacam pela fusão dos espaços, sem paredes que separam os ambientes, criando uma atmosfera ampla e funcional. Em levantamento feito pelo Secovi-Rio, ficou registrado que houve um crescimento de 35% no número de unidades do tipo estúdio lançadas na cidade em dois anos. As vendas também estão indo bem, o crescimento no mesmo período foi de 27% de unidades residenciais de estúdios vendidas. Como base de comparação, na outra ponta, o número de imóveis de quatro quartos lançados no Rio diminuiu quase 40% entre 2021 e 2023.
A alta procura por apartamentos compactos no Rio vem sendo observada desde 2018, quando houve a revisão das normas do Código de Obras da cidade. Possibilitando a construção de apartamentos significativamente menores do que o estabelecido anteriormente pela legislação urbanística. O primeiro estúdio lançado após a revisão da norma foi o Bossa 107, em 2018/2019, em Ipanema, pela Bait Incorporadora.
Os dados do Censo divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam a tendência. O estudo revela que o número de pessoas morando sozinhas cresceu em todas as faixas etárias no país, ao todo, são 14 milhões de lares habitados apenas por uma única pessoa. Na análise do IBGE, o cenário se dá por uma transformação cultural em curso no país. De uma maneira geral, os brasileiros estão se casando mais tarde, e 20,2% dos lares são de casais sem filhos, de acordo com a última pesquisa. O índice de casais sem filhos era de 16,1%.
Todas essas mudanças comportamentais refletem no mercado imobiliário. Além da procura por um residencial que ofereça serviços e especialmente, uma localização que proporcione fácil acesso ao trabalho e à educação, os microapartamentos ganharam destaque por oferecerem vantagens dentro do próprio prédio, como áreas de coworking, lavanderias e espaços para pets. Porém, engana-se quem pensa que esse tipo de imóveis menores está destinado apenas para médio padrão. Há um movimento crescente de incorporadoras que apostam em produtos menores, focados no público exigente de luxo. Boa parte para investimento, outra para primeira moradia de jovens, famílias sem filhos ou idosos. E também para a locação por temporada, facilitada por plataformas como Airbnb e Booking, entre outras.
É o caso do First Life Friendly no Humaitá, lançado pela Fator Realty. Trata-se de um projeto de retrofit de altíssimo padrão. Assinado pelo renomado arquiteto Alexandre Feu, o edifício conta com 105 estúdios com 32 metros quadrados/média, e outras 52 unidades maiores, com até 79 m². Lançado em julho deste ano, o empreendimento tem R$150 milhões de VGV, e 70% de suas unidades já foram vendidas. Muitas delas foram adquiridas por estrangeiros.
De acordo com Vasco Rodrigues, CEO da Fator Realty, os novos residenciais têm que refletir o estilo de vida desse novo público. “Daqui para frente teremos que estar aptos para encarar um update constante desse novo modelo de consumir imóvel, mais compacto e com diferenciais de destaque que influenciam diretamente na decisão de compra”, diz o CEO.
Entre os diferenciais do First, estão o espaço Pet Care, a ‘Sala Cast’, um espaço dedicado para a gravação de conteúdos multimídia como podcasts e videocasts, e a Sala Gamer, altamente equipada com dispositivos de realidade aumentada e virtual, e consoles de última geração. As áreas comuns oferecem uma combinação perfeita de espaços que promovem a interação e estimulam a qualidade de vida dos residentes.
A tendência de investir nesse tipo de imóvel também se comprova por meio de levantamento. A intenção de adquirir um imóvel nos próximos doze meses, visando investimento, faz parte dos objetivos de 29% dos brasileiros, especialmente entre aqueles na faixa etária de 25 a 34 anos, que pertencem à geração dos millennials. Os dados são da pesquisa realizada pela startup Loft, em parceria com a Offerwise.
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