Condomínios fechados chegam ao segmento econômico

em Extra - Morar Bem, 11/novembro

Bairros da Zona Oeste e municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde são focos desse tipo de lançamento, inspirado na famosa marca Alphaville.

Inspiradas no conceito da marca Alphaville, que reúne conforto, lazer e segurança em condomínios fechados de alto padrão, construtoras do Rio investem em projetos similares a um custo mais modesto, para atrair o público dos segmentos econômico e de médio padrão. Os exemplos estão na Zona Oeste da capital (Campo Grande e Vargem Pequena) e em municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde. Esses loteamentos se adequam ao bolso dos clientes, prezando pela qualidade com estilo mais enxuto.

A Origem Incorporadora lançou no ano passado o Origem Ciclo, em Vargem Pequena, um condomínio com 194 lotes de 180 a 284 metros quadrados, 80% deles já vendidos. O valor parte de R$ 355,5 mil. O empreendimento tem espaços de convivência e lazer, praças coletivas, ruas sem saída e ciclovia.

— O projeto é focado na preservação da área verde. Viver em casa é uma experiência única, pois pode-se ter jardim, animais e liberdade para as crianças. Nas áreas comuns, os moradores podem encontrar vizinhos e receber os amiguinhos dos filhos, em segurança — comenta Henrique Blecher, CEO da Origem Incorporadora.

A empresa está finalizando a compra de um terreno para lançar mais um projeto na Zona Oeste. Blecher diz que a lógica dos projetos da construtora é pensar “de dentro para fora”, ou seja, ter estruturas que proporcionem qualidade de vida ao morador em sua unidade e nas áreas comuns.

— Os usuários vão poder circular no condomínio ao lado de vegetação e com lazer robusto e segmentado. Tudo isso é muito positivo. E é possível adaptar os projetos com bom gosto. Não são apenas materiais caros que determinam beleza e qualidade — avalia.

O segredo para levar o estilo Alphaville a projetos econômicos é manter a essência do lifestyle de comunidade e segurança, mas de uma forma mais enxuta, opina Thiago Soares, diretor da The Inc. A ideia é fazer o projeto caber no orçamento do público-alvo.

— Isso passa por um condomínio de baixo valor e manutenção simples, materiais de boa durabilidade e custo operacional reduzido desde o começo da obra — aponta Soares.

O condomínio de lotes Porto Mangará, em Mangaratiba, para ele, é exemplo de como construir com qualidade, segurança e lazer, sem comprometer o bolso do cliente. Para ele, os cariocas realmente valorizam esses itens, o que explica a receptividade positiva aos projetos. Nas primeiras 24 horas de lançamento, a construtora vendeu 71% dos 128 lotes oferecidos na primeira fase do empreendimento.

— O público é bem variado. São famílias que querem criar os filhos com segurança e lazer e até investidores que veem o potencial desses lugares. A segunda fase do Porto Mangará será lançada no início de 2025. Serão lotes entre 180 e dois mil metros quadrados — adianta Soares.

A Buriti Empreendimentos escolheu Duque de Caxias para implementar seu primeiro projeto no Estado do Rio. A opção pelo município levou em conta o tamanho da população e o terreno com potencial para a oferta de 15 mil lotes no Residencial Cidade Jardim. Na primeira fase, foram lançadas 958 unidades.

Lúcio Cornachini, sóciodiretor da Buriti, informa que a empresa conclui 30% da obra antes do lançamento e investe em terraplanagem para oferecer um lote de qualidade e bem-acabado.

— O cliente tem uma visão clara de como será o lote já no ato da compra, além da infraestrutura de primeira qualidade, com estação de tratamento de esgoto e área de lazer — conta Cornachini, que aposta na oferta de lotes de até 200 metros quadrados em empreendimentos com infraestrutura de alto padrão.

Projetos atendem às demandas locais

Campo Grande vai ganhar condomínio de lotes com preços a partir de R$ 159 mil

AUniqo Urbanismo pretende lançar ainda neste ano o Viverde Mato Alto, em Campo Grande, com 602 lotes de 225 a 599 metros quadrados e preços a partir de R$ 159 mil. Diogo Garcia, diretor Comercial e de Marketing, diz que a empresa também se prepara para outro lançamento, o Parq, com foco no segmento econômico.

— A ideia é adaptar os projetos às características do terreno, para que mais pessoas possam usufruir de um produto com a mesma qualidade encontrada em empreendimentos de médio e alto padrões.

A empresa contabiliza mais de dois mil lotes lançados em cinco projetos na Região dos Lagos, e a expectativa é fazer mais cinco lançamentos entre 2025 e 2026 —um deles, em Cabo Frio. O propósito será sempre o mesmo: construir projetos que marquem, além do lugar-comum, define Garcia.

—Entendemos que o maior diferencial não é entregar um superproduto na visão geral, e sim entender o que cada região demanda.

Thomaz Assumpção, CEO da consultora Urban Systems, afirma que o grande desafio das empresas que investem em loteamentos é equilibrar o valor dos terrenos com a localização do empreendimento.

— Já podemos ver exemplos no país de condomínios de lotes muito bem localizados, diferentes dos de antigamente, quando eles ficavam afastados, o que dificultava a percepção de qualidade de vida para a população.


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